DIVERSOS | 02/02/2017 às 00h00

Cães treinados ajudam produtor rural no manejo de rebanhos em fazenda

O cão é conhecido como melhor amigo do homem por sua lealdade, mas com treinamento adequado, o animal também pode ser grande aliado de trabalho, além de atividades como salva-vidas e guia para deficientes visuais, o cachorro também pode ser um ótimo colaborador para as atividades no campo.

Destinado ao treinamento de cães de serviço, o projeto Cão Pastor, trouxe há seis meses para Mato Grosso do Sul uma experiência até então inédita na região, a da utilização de cães no pastoreio de rebanhos. A iniciativa é coordenada pelo médico veterinário Marcelo Monteiro, por meio da Uniderp, onde os acadêmicos oferecem o treinamento aos e orientação aos produtores rurais interessados. O protocolo utilizado é europeu, onde os cães recebem comandos por meio de apitos e poucas palavras.

“A utilização de cães de pastoreio é uma atividade comum na Europa e ainda pouco difundida no Brasil. É uma ferramenta que oferece benefícios econômicos para o produtor, reduz custos, otimiza o tempo de deslocamento até o rebanho. Um cachorro pode conduzir sozinho até 300 cabeças de ovinos e 100 de gado, desde que já tenham um contato prévio”, explica o coordenador do projeto, Marcelo Monteiro.

Mais produtividade e menos custos - Com capacidade de pastorear rebanhos caprinos, ovinos, suínos e bovinos, os cães tem agilidade e conseguem percorrer grandes áreas. Segundo Monteiro, o contato com os animais pastoreados é positivo, pois, reduz o estresse, o que melhora na produtividade. Além disso, o cão desempenha o trabalho praticamente sozinho ou com suporte de um humano na condução. "Estudos comprovaram que o cão guiando reduz os índices de cortizona nos rebanhos, os animais mais tranquilos são mais produtivos", avalia.

Treinamento - As raças Border Collie, Australian Cattle e Pastor de Shetland são as mais usuais para a função, mas, segundo o coordenador do projeto, qualquer cão pode ser adestrado e cada um tem seu tempo de aprendizado. "O tempo de treinamento varia muito, de acordo com o temperamento do cão e o tipo de atividade que ele vai executar. Para pastoreio, leva em média 3 meses, já para condução de gado, cerca de 6 meses", avalia Monteiro que no momento, treina 9 animais no projeto.

A primeira fase de treino consiste em demonstrar ao cão como trabalhar com os rebanhos, tornando seu instinto natural uma ferramenta de trabalho. Posteriormente são ensinados comandos e como encaminhar o rebanho até o condutor. “Isso acontece em uma pequena área, de preferência, um redondel. Depois que o cão estiver controlado, os trabalhos passam a ser desenvolvidos em um espaço maior, onde se inicia a prática com a introdução do apito e o aumento da distância entre o condutor e o animal”, esclarece.

O veterinário esclarece que os animais recebem toda assistência, a ração deve ser sempre de primeira qualidade e a água deve ser sempre abundante, devido o gasto de energia do animal. "Os cães pastores, em especial o Border Collie, tem uma energia praticamente infinita, o que o faz ser agitado e correr o tempo todo. Quem tem, sabe o quanto ele necessita de passeios e atividades, portanto, ele é condicionado a utilizar a energia e jamais irá trabalhar além de sua força. Existe todo zelo com o bem-estar dos cães, que devem ter recipientes de água espalhados pelas propriedades onde vão pastorear, local adequado para dormir, suporte veterinário e ração super premium sempre", destaca o coordenador que adianta ainda que o ideal é que os cães pastores trabalharem apenas meio período por dia.

Bodó - O primeiro cão treinado pelo veterinário Marcelo Monteiro para a lida rural foi Bodó (nome em homenagem à Serra da Bodoquena) um Border Collie que atualmente tem 4 anos e vive na Fazenda São Francisco, em Miranda - distante 201 km de Campo Grande. O produtor rural Roberto Coelho adquiriu o cão com o objetivo de dinamizar as atividades de pastoreio com menor custo. O cão atua na lida com rebanho bovino, já que a propriedade trabalha com as raças Senepol e Nelope PO.

"A experiência foi muito positiva, só não foi ainda melhor porque muitas vezes os humanos não entendem a dinâmica do animal, mas enviamos alguns funcionários para treinamento, para atuar com ele. Ele realiza muito bem o pastoreio e só não o colocamos junto às vacas paridas. No mais, ele é muito bom, toca a tropa sozinho", conta o produtor.

O valor para treinar um animal varia de acordo com o tempo e objetivo e segundo o veterinário Marcelo Monteiro, a demanda por cães pastores é alta. "Vamos entregar dois nos próximos dias e há lista de espera", conta.

Fonte: Campo Grande News

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