DIVERSOS | 09/01/2017 às 00h00

Nota Oficial da Famasul

A Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS vem a público manifestar o seu posicionamento em relação ao tema e à abordagem escolhida pela G.R.E.S Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro, para o Carnaval 2017.

O Carnaval é a principal festa popular do Brasil. Pessoas do mundo inteiro voltam os olhos para o Rio de Janeiro durante este movimento cultural e se encantam com as belezas criativas expostas com contextos históricos, político-econômicos e atuais. Além de alegria e encantamento, as escolas de samba trazem informação e conhecimento. Entretanto, a falta de um aprofundamento sobre o tema escolhido pode distorcer a realidade e reforçar estigmas e preconceitos.

É o que está acontecendo a G.R.E.S Imperatriz Leopoldinense, que para o Carnaval 2017 do Rio de Janeiro, traz à tona um assunto já ultrapassado onde é distorcida a figura do produtor rural. Com o tema ‘XINGU - O CLAMOR QUE VEM DA FLORESTA’, o samba enredo e as fantasias da escola constroem um argumento onde o produtor rural é visto como destruidor, poluidor e violento e, nem de longe, representam o homem do campo que trabalha em prol do desenvolvimento do país.

O trabalho no campo se desenvolveu nas últimas décadas de forma positiva, no contexto da sustentabilidade. Somos referência, por exemplo, na implementação dos sistemas de integração, que unifica na mesma área o plantio de lavouras, produção pecuária e árvores plantadas. Com isso, caminhamos para a consolidação do conceito Carne Carbono Neutro, onde a presença das árvores em sistemas de integração neutraliza o metano entérico exalado pelos animais.

De acordo com a pesquisa da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, atualmente, a área com algum tipo de adoção de sistema ILPF no Brasil abrange 11,5 milhões de hectares.  Com destaque para Mato Grosso do Sul que possui dois milhões de hectares nesta modalidade de tecnologia produtiva.

Nosso Estado, em 2006, tinha cerca de 120 mil hectares de eucalipto plantados. Em julho de 2016 alcançamos 950 mil hectares. Uma evolução de mais de 830 mil hectares em uma década. E o mais importante: a maioria desta área plantada de eucalipto está na costa leste do Estado, em uma região com predomínio de solos arenosos e que anteriormente era ocupado por pastagens com baixa capacidade de lotação. 

A produção de grãos no Estado aumentou 119,2% nos últimos 10 anos, chegando a 16 milhões de toneladas na safra 2014/15, enquanto que a área de cultivo agrícola cresceu apenas 34% no mesmo intervalo, demonstrando assim o perfil empreendedor e consciente do setor. A relação entre as proporções demonstra que hoje o agricultor consegue produzir mais em uma área menor, com uma produtividade que se aproxima a quatro mil quilos por hectare por safra.

A população mundial deve atingir cerca de 9,7 bilhões de pessoas até 2050. A previsão é de que, para atender esta demanda, a produção mundial de alimentos precise aumentar 80% até 2050. E o Brasil deverá ser o principal responsável para que esta meta seja alcançada, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O cenário sustentável do agro se faz presente nas esferas econômica, ambiental e social.

Respeitamos o processo criativo da escola de samba em questão. O que não concordamos é o estímulo feito para que o produtor seja visto como o vilão do nosso País. Representar, deste modo, o único setor que apresentou saldo positivo na geração de emprego em 2016 e responsável por 21,35% do PIB, além de alimentar a população mundial, é cruel, reducionista e mostra o poder destrutivo da falta de informação.

Reiteramos que a falta de conhecimento pode levar a equívocos e julgamentos sobre o setor e confiamos no poder da comunicação e do diálogo para que distorções sejam corrigidas.

 

Campo Grande – 06 de janeiro de 2017

Federação da Agricultura e Pecuária de MS 


Fonte: Assessoria de Imprensa Sistema Famasul

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