PECUÁRIA | 09/04/2018

Pecuária não vai mais admitir a baixa tecnologia, garante Maurício Nogueira

A pecuária vem passando por um processo de mudança, e hoje, estamos vendo que a produção pecuária não vai mais admitir a baixa tecnologia, isso significa que o lucro só será atingido quando se tiver escala e alta produtividade. O pecuarista ainda tem um tempo para se ajustar a essa nova realidade. O alerta foi emitido pelo palestrante, Maurício Palma Nogueira, durante o 31º Encontro de Tecnologias para Pecuária de Corte, ocorrido nesta segunda-feira (9), na sede do Sindicato Rural de Campo Grande (SRCG).

 

Segundo Nogueira a pecuária está em pleno avanço no que se refere à gestão e tecnologia. Um caminho parecido ao da agricultura, de acordo com o palestrante. “Aquele pecuarista que alcança alta produtividade, vai ofertar uma maior parcela dos animais que são abatidos. Ao longo do tempo, o mercado vai se adaptando a esses produtores mais produtivos que, consequentemente, aguentam preços menores”, pontua. “Quanto mais animais forem vendidos dessas fazendas mais produtivas, mais o preço se ajusta às altas produtividades, enquanto que, quem não tiver o rendimento favorável, tende a ser excluído ao longo dos anos. É o próprio mercado se ajustando”, destaca o consultor e coordenador do Rally da Pecuária.

 

Para o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini Filho, a chave para se manter na atividade, com êxito, está na sustentabilidade. “Todas as ações que a gente faz no dia a dia para nos mantermos, e melhoramos a atividade, é uma ação de sustentabilidade, e nós, produtores, nem sempre, abraçamos esta ideia. Ficamos muito na defensiva”, relata. “Precisamos levar a informação de que o produtor tem ações de sustentabilidade e que precisa abraçar esta ideia, pois, enquanto ficar na defensiva, julgando que isso é coisa de ambientalista, vai acabar pagando o preço”, alerta Fachini.

 

O dirigente a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, acrescenta dois pontos à sustentabilidade apontada por Fachini: lucratividade e produtividade. “São esses os três pilares fundamentais para a pecuária. No âmbito da sustentabilidade, o produtor rural está bastante avançado, o Mato Grosso do Sul tem mostrado bons resultados. Quanto a produtividade, caminha muito forte com o incremento de tecnologias e, logicamente, essa somatória, precisa gerar lucro ao produtor. Temos uma políticas públicas, que estimulam a inserção de tecnologia e também a sustentabilidade, para isso o Governo abre mão de determinada remuneração, em termos de incentivo fiscal. No Precoce MS, por exemplo, a média de ganho tem sido de R$ 61 por animal abatido, valor exatamente para remunerar toda a estrutura em que ele vem se adequando e incentivar outros pecuaristas a aderirem o Precoce MS”, finaliza Verruck.

 

Além dos supracitados, participaram também da mesa de autoridades do evento desta segunda-feira a Deputada Federal Tereza e presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), Cristina Corrêa da Costa Dias; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e do Senar AR/MS, Maurício Saito; o dirigente da Associação Novilho Precoce, Nedson Rodrigues, e o representante da Embrapa Gado de Corte.

 

Diego Silva - Agro Agência Assessoria

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