DIVERSOS | 29/08/2018 às 16h05

Preço da soja no Brasil segue bastante descolado das cotações de Chicago

Para o analista de mercado Liones Severo esse é o momento certo para o Brasil dar as cartas no mercado internacional e mostrar seu protagonismo

Daniel Popov, de São Paulo
Desde as primeiras ameaças contra os negócios envolvendo a China e os Estados Unidos realizadas pelo presidente, Donald Trump, as cotações da soja na Bolsa de Chicago já não serviram mais de referencia para o mercado brasileiro. Enquanto lá a oleaginosa amarga patamares abaixo do preço mínimo estabelecido pelos americanos, por aqui os valores testam ultrapassar a casa dos R$ 90 por saca nos portos. A média do mês de agosto já uma das mais altas dos últimos anos.

Os preços da soja nos portos brasileiros, neste mês de agosto, permaneceu por diversos dias acima dos R$ 90 por saca, muito diferente das cotações do grão na Bolsa de Chicago, que enfrentou dificuldades para se manter acima do preço mínimo estipulado no país.

O porto de Paranaguá (PR), até o momento, é o que registrou a maior médio de preços do Brasil, com R$ 89,67 por saca. Sendo que por lá a saca chegou a ser negociada a R$ 91 em alguns dias. O valor mínimo de agosto foi de R$ 87,50, no começo do mês.

Apesar de a média do Porto de Rio Grande (RS) não ter superado a de Paranaguá por poucos centavos, ficando em R$ 89,64 por saca, o maior valor da saca negociado no país neste mês aconteceu lá; No dia 17 a soja foi vendida por R$ 92 a saca. O valor mínimo de venda, no entanto, foi idêntico ao de Paranaguá, com R$ 87,50 por saca, também no início do mês.

Até mesmo em localidades mais distantes dos portos, como Rondonópolis (MT), a média dos valores de agosto foi a maior dos últimos anos, chegando a 76,81, até o momento. Por lá variação de preços foi menor, sendo a mais alta em R$ 78 por saca e a mais baixa em R$ 74,50.

Para o analista de mercado Liones Severo, da consultoria SimConsult, esse descolamento pode representar uma tendência e uma oportunidade para o mercado brasileiro. Para ele, o Brasil deveria aproveitar a liderança nas exportações da soja, para redefinir algumas diretrizes de precificação. “A Bolsa de Chicago já não serve de referência aos preços brasileiros, essa mudança pode ser benéfica ao país”, conta ele.

Enquanto isso na Bolsa de Chicago

Nesta quarta, após duas sessões seguidas de fortes quedas, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o complexo soja fechou o dia com preços mais altos. Segundo a consultoria Safras & Mercado esta é uma recuperação técnica, com fundos e especuladores cobrindo posições vendidos.

Os contratos com vencimento em setembro de 2018 registraram preço de US$ 8,23 por bushel, alta de 2,75 centavos de dólar por bushel, equivalente a 0,33%. A posição novembro de 2018 fechou cotada a US$ 8,36 por bushel, elevação de 2,75 centavos de dólar por bushel, equivalente a 0,33%.

Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com ganho de US$ 1,40 (0,46%), sendo negociada a US$ 302,10 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro fecharam a 28,03 centavos de dólar, com baixa de 0,15 centavo ou 0,53%.

Fonte:Soja Brasil

Foto: Diego Silva/Agro Agência

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