DIVERSOS | 18/09/2017

Rogério Goulart fala sobre mercado, rentabilidade e perspectivas

“O mercado consumidor está voltando com apetite depois de três anos decepcionando. As pessoas estão loucas de vontade de voltar a consumir uma boa carne”, Rogério Goulart – Pecuarista

 

Após uma sequência de fatores que atingiu o setor pecuário, como a Operação Carne Fraca e delação da JBS, o mercado começa a se reestruturar e com isso inicia um novo ciclo. Em Mato Grosso do Sul o cenário não é diferente do restante do país e hoje estamos com um ciclo que contempla o aumento de fêmeas, principalmente em função da baixa remuneração.

Para Rogério Goulart, a queda dos preços vem muito antes desses fatores. “Eles apenas deram um empurrão para caírem mais ainda. A queda da arroba se iniciou em novembro do ano passado e durou até julho. Vale notar que a oferta que veio acima da média foram as ofertas de fêmeas”, explica.

Com a dificuldade em vender bois inteiros, o alongamento nas escalas de abate, além da profunda queda nos preços, o produtor não teve outra alternativa a não ser segurar o gado e isso trouxe reflexos porteira à dentro. “Em um primeiro momento na Carne Fraca houve uma retenção sim, os produtores seguraram o gado. Mas depois, após a delação JBS o pecuarista não conseguiu mais segurar o baque e teve que vender. Como as plantas da JBS ficaram ociosas com os produtores relutantes a entregar os bois, o restante dos frigoríficos se viram com um excesso de animais, coisa que há muito tempo não viam. Daí os preços caíram”, ressalta Goulart.

 RENTABILIDADE – Fechar a conta e ter uma rentabilidade satisfatória é outra batalha do produtor. Rogério Goulart explica os fatores que podem atrapalhar as contas. “A baixa rentabilidade pode ser explicada por poucas vendas de gado durante o ano. Se possível ser feito investimentos para aumentar a velocidade de engorda isso já faz uma diferença boa. Outra coisa é se atentar que nem sempre é hora de comprar e vender gado. É bom entender que janelas de negociação existem. São atitudes simples que não envolvem tantos recursos e que já fazem a diferença”.

De acordo com Goulart a chave do sucesso está porteira á dentro. “Conhecer a sua propriedade e os seus custos de produção é condição mínima para se fazer bons negócios e poder se preparar para frente. Depois que ele estiver com sua fazenda na mão ele pode sair para fora da fazenda e olhar outras formas de negociação de gado como, por exemplo, via bolsa”.

Criar um diário para a propriedade, acompanhar os custos de produção e ter uma planilha com esses custos são algumas dicas que vale a pena seguir.

FUTURO – Quando pensamos em um mercado futuro ainda surgem muitas incertezas, mesmo diante de um cenário com o preço da @ subindo, voltando a valores que estavam entre a Carne Fraca e a delação JBS, mas como bons brasileiros somos esperançosos e nossa perspectiva é que o mercado volte a se fortalecer. “O mercado consumidor está voltando com apetite depois de três anos decepcionando. As pessoas estão loucas de vontade de voltar a consumir uma boa carne, e 2018 parece que está se tornando um ano de retomada de consumo. Veremos”, destaca Goulart.

Fonte: Novilho Precoce MS

 
 

 

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