DIVERSOS | 20/05/2019 às 16h03

Super produtores

Irmãos Chiquito contam como avançaram na horticultura e o planejamento para entrar no cultivo de frutas

 

João Geraldo Chiquito, Antônio Sérgio Chiquito e o caçula Adail José Chiquito, somaram os 23 hectares recebidos do pai e estabeleceram uma história de sucesso na horticultura em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Juntos eles comercializam semanalmente mais de 240 quilos de tomates grape, 60 caixas de 25 quilos de pepino japonês, 70 caixas de 11 quilos de pimentão, 60 caixas de abóbora e mais 30 litros de minhoca por semana (em temporada de pesca) e 20 toneladas de húmus por mês.

 

A história da família que veio da Itália, teve uma parada em São Paulo e seguiu para Mato Grosso do Sul na década de 80, quando iniciaram na pecuária leiteira. Depois de tentar e enfrentar os desafios do setor lácteo, inspirado em um primo de São Paulo, os irmãos investiram na primeira estuda de 400 metros quadrados, em 1994.

 

“Por conta da crise que o país enfrentou na época, não foi positiva a continuidade na produção de gado e não tínhamos muito gado, muita área e nem dinheiro. Foi aí que começamos a pesquisar. Sempre gostei mais de lavoura do que criação, então passeando em São Paulo, na casa de um primo, que produzia pimentão colorido, verifiquei uma alternativa para nossa propriedade”, relata Antônio Sérgio Chiquito.

 

Atualmente são 23 estufas de 400 metros quadrados, cada, todas no sistema semi-hidropônico, administradas pelos irmãos. Cada irmão administra seu espaço, mas a política familiar é a cooperação. Um irmão ficou com cinco hectares, o segundo com oito e o irmão mais velho com dez hectares. “Os homens mexem com a parte da produção e as mulheres são responsáveis pela venda”, explica Antônio ao detalhar que as mulheres dos produtores madrugam todas as terças e sextas-feiras, para comercializarem a produção na Ceasa – Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul.

“Acordam por volta das duas horas da madrugada, saem para a Ceasa, começam a vender às quatro horas e finalizam às sete”, pontua.

 

Mas essa família unida na produção, também compartilha de desafios, entre eles: a sucessão familiar. “O nosso maior desafio é essa passagem de atividade de pai para filho”, pontua Antônio. “Está parecendo que vai morrer a atividade”, completa Adail.

 

Os filhos dos três irmãos seguiram atividades distintas, a maioria ligada à computação. “Apenas um filho de um primo apresentou interesse e trabalha hoje na propriedade”, lamenta Antônio.

 

O preconceito quanto aos moradores da zona rural, também é uma queixa da família. “O pessoal da cidade pega muito no pé de quem é do sítio, há uma implicância por conta do marketing negativo que fazem. Dizem que usamos boa parte da água, muitos defensivos, mas não elas não têm noção do que é de fato viver no sítio e o que se precisa para produzir. Ninguém vem aqui ver como é produzir em escala e com essa condição climática”, aponta. 

 

“E ainda falam da irrigação, que desperdiça muita água, e não desperdiçamos. A gente molha e o que a planta não absorve, ou evapora ou penetra no solo e vai pro lençol freático. Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, explica Antônio ao citar Antoine Lavoisier.

Na agenda de inovações das propriedades dos irmãos está o cultivo de limão, já iniciado, sob orientação do Senar/MS. “Encomendamos do Espírito Santo mudas de limão e mexerica, para plantarmos no fim deste ano”, sinaliza Adail. Antônio também está com uma área de experimentação no cultivo de goiaba.

 

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