DIVERSOS | 15/12/2016 às 00h00

Um olho no peixe e outro no mercado

Tarcisio Silveira - Agro Agência Assessoria

Foto: Embrapa

A aquicultura brasileira movimentou, segundo os últimos dados  Ministério da Agricultura (MAPA), R$ 4,39 bilhões em um ano. Além disso, as projeções deste mercado, em nível nacional, são extremamente otimistas. O relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) afirma que o Brasil será destaque na próxima década, na América Latina, no setor. A produção no país até 2025 deve aumentar 104%, muito acima do México, por exemplo, com estimativa de crescimento de 54,2% e da Argentina, com 53,9%. O relatório aponta que esta estimativa é motivada pela estruturação do setor.

Mato Grosso do Sul foi um dos pioneiros na produção de várias espécies de peixes no país. No entanto, a produção não alavancou. O estado ocupa hoje a 16ª posição no país, com produção de 6,8 mil toneladas, em 2015, de acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Entre as principais espécies produzidas no Estado estão: a tilápia (4.772.689 kgs) pacu e patinga (645.784 kgs) e Pintado, cachara, cachapira e pintachara, surubim (494.929 kgs).

Apesar do desempenho, ainda tímido, do setor, Mato Grosso do Sul aposta em uma abertura de mercado para voltar a crescer. 

TECNIFICAÇÃO PARA GARANTIR PRODUTIVIDADE

Desde 2014, o SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - deu início em 2014 ao Programa de ATeG da Piscicultura. O objetivo é reestruturar os empreendimentos do setor, no Estado, por meio de assistência técnica e gerencial (ATeG). Até agora, já foram atendidos 80 produtores nos municípios de Campo Grande, Jaraguari, Laguna Carapã, Dourados e Ponta Porã. Só este ano, foram oferecidos 17 cursos de “Implantação e manejo básico de piscicultura”. De acordo com Pedro Bigaton, coordenador do Programa, é visível a evolução dos produtores que integraram a assistência. “É possível ver a melhoria na gestão da atividade e controle de gastos, melhoria na qualidade da água e nas instalações. Muitos produtores tinham tanques desativados e hoje possuem peixes estocados”, completa.

ABRINDO MERCADO

Mato Grosso do Sul pode ter o maior frigorífico de tilápia do país. O investimento de quase 170 milhões de reais foi anunciado pela multinacional Tilabras. A empresa aguarda resposta do pedido de concessão feito ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA- para iniciar as atividades no município de Selvíria, a 400 km da capital, onde já comprou uma área na margem do rio Paraná. A produção inicial deve ser de 25 mil toneladas por ano, com previsão de dobrar a quantidade até 2020. 

A instalação do frigorífico deve movimentar o setor no estado, criando 1,8 mil empregos diretos. O coordenador do Programa ATeG Piscicultura do SenarMs,  Pedro Bigaton, afirma que “ Esse investimento deve ajudar a resolver um dos maiores gargalos do setor, que é a dificuldade de escoar a produção. Do pequeno ao grande produtor, todos serão beneficiados.”

O produtor interessado em iniciar a atividade, ou melhorar a produtividade, pode pedir assistência do Programa ATeG Piscicultura. É só procurar o sindicato rural da região ou a regional do SenarMS pelo telefone (67) 3320-6900.

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