2020: O ano da suinocultura em Mato Grosso do Sul
Apesar de passarmos por um momento negativo histórico na área da saúde, com impactos em diversos setores, alguns segmentos estão se sobressaindo e apresentando alternativas de avanço e ganhando desenvolvimento. É o caso da suinocultura sul-mato-grossense, que tem ganhado mais adeptos, gerado emprego e renda para centenas de pessoas.
Mato Grosso do Sul representa apenas 4,3% da produção nacional de suínos, atrás do líder Santa Catarina e do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) registram que Mato Grosso do Sul reduziu abates pelo segundo mês consecutivo, entretanto no acumulado de janeiro a maio de 2020 foram abatidos 828,3 mil animais, resultado que foi 5,71% superior ao mesmo período de 2019. Nacionalmente os suinocultores abateram 16,24 milhões de suínos nos primeiros cinco meses do ano, 0,20% superior à mesma fração de tempo de 2019.
“A suinocultura no nosso estado está em crescimento acelerado, essa expansão começou há dois anos e, mesmo com a pandemia, segue ocorrendo. Está a caminho um crescimento bem expressivo, este ano já somamos mais de R$ 120 milhões aplicados somente em granjas”, relata o presidente da Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores (Asumas), Alessandro Boigues.
A Asumas aponta que em 2019 as granjas de MS abateram cerca de 1,9 milhão de cabeças e a previsão para 2020 é de 2 milhões. “A pandemia atrapalhou um pouco, porque houve uma redução de abate devido alguns problemas que a indústria teve, mas já foram retomadas as atividades”, explica o presidente.
A expectativa é de que esse ano o setor aplique cerca de R$ 150 milhões na criação de novas granjas. Entre as maiores granjas estará uma em Rio Verde de Mato Grosso, que está em construção com a finalidade de se tornar uma multiplicadora de material genético, com início de operação para janeiro de 2021, gerando pelo menos 60 empregos diretos.
Ao Sul do estado também ocorre ampliação. Na região é esperada a geração de 310 novos empregos diretos na produção, e cada emprego direto significa 16 novos postos indiretos, em diferentes setores parceiros como a indústria, abatedores, logística e outros que fazem a engrenagem da suinocultura rodar.
“A suinocultura nacional acabou sendo beneficiada por problemas que ocorreram no final do ano retrasado, com a ocorrência da Peste Suína Africana na China e outras regiões da Ásia. Isso fez com que o Brasil tivesse condição de aumentar sua produção, mesmo sem um aumento no consumo interno, mas estimulou as exportações. Então não só Mato Grosso do Sul, que já tinha um planejamento de aumento, mas todos os outros estados produtores estão avançando sua produção para atender essa necessidade do mercado externo”, explica Boigues, ao sinalizar que a maioria da carne suína produzida em Mato Grosso do Sul fica mesmo no mercado interno.
Para a produtora rural e diretora do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Eleíza Arão, o momento pede investimento. “No início do ano existia uma grande expectativa de excelência para a suinocultura de Mato Grosso do Sul. A pandemia deu uma segurada, mas está todo mundo com as construções em pleno vapor. Vamos abrir muitas frentes de emprego com a chegada de agroindústrias novas no estado, fomentando bastante a nossa suinocultura. Estamos investindo em novas instalações, mais modernas, visando maior produtividade e melhorando o que já temos. O mercado chinês está prometendo negociar nossa proteína, e as exportações estão em alta”, comemora Eleíza.
Diego Silva/Agro Agência