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Iniciada colheita do milho em Mato Grosso do Sul

/ DIVERSOS

Na última semana de junho, as máquinas entraram nas lavouras de milho e seguem colhendo a segunda safra em Mato Grosso do Sul. A expectativa é de uma produtividade de 72 sacas por hectare e uma produção de 8,2 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 32% em relação ao colhido no ciclo anterior, essa queda está relacionada à diminuição da área e influências climáticas.

 

Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), André Dobashi, vários fatores foram analisados para justificar a baixa na produção. “As equipes de campo da Aprosoja/MS identificaram que houve opção por outras culturas, como milheto, sorgo, trigo e pastagem como uma cobertura para segunda safra. Além disso, os indicativos de que haveria uma possibilidade de geada em final de junho, em conjunto com o atraso na colheita da soja, levaram a uma falta de estímulo ao plantio do milho na segunda safra do estado, o que levou a uma redução da área estimada para 1,9 milhão de hectares, ao invés dos 1.977 milhão anteriormente divulgados”.

Quanto a produção e produtividade, as últimas chuvas deram uma nova força às lavouras. “Este cenário pode apresentar melhoras com a colheita da safrinha e com a contribuição das chuvas que ocorreram na segunda semana de maio e algumas pontuais no início de junho. Ainda assim, os produtores estão cautelosos quanto a suas lavouras, o que levou à redução da produtividade, agora estimada para 72 sacas por hectare”, pontuou Dobashi.

 

Comercialização

 

Até o fim do primeiro semestre do ano, cerca de 44,7% do milho produzido nesta safra já tinha sua comercialização garantida, segundo dados do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (SIGAMS). 

 

Já quanto ao preço praticado em Mato Grosso do Sul, junho finalizou com uma cotação próximo de R$ 37,06, cerca de R$ 1 desvalorizado em relação a maio. Entretanto, esta cotação não significa que o produtor vendeu sua produção nesses patamares “É importante destacar que o preço praticado somente está nesses patamares pela baixa dos estoques físicos do produto no mercado, dada a elevada exportação no ano de 2019. Há pouco estoque, logo, o preço da oferta se eleva, devido a uma grande demanda do produto no mercado interno”, complementa a economista da Aprosoja/MS, Renata Farias.

 

Em entrevista ao Canal Rural, o analista da Terra Agronegócio, Enio Fernandes, deixou claro que no cenário doméstico o ritmo de comercialização deve ditar os rumos do mercado. “No Brasil o mercado vai depender da vontade do produtor de comercializar. O produtor brasileiro foi extremamente inteligente e travou grande parte do milho e agora a expectativa é de preços firmes”, explica. 

 

Para o fim do ano, Enio diz que o cenário é incerto. “Vamos depender fortemente das exportações para precificar o grão em dezembro, janeiro e até mesmo em fevereiro”. 

 

Diego Silva/Agro Agência