Mandioca substitui isopor em embalagem sustentável
/ DIVERSOS
A fabricante Oka Bioembalagens, de Botucatu (SP), encontrou num produto tipicamente brasileiro, a mandioca, a solução para substituir o isopor em embalagens para alimentos, cosméticos e eletroeletrônicos.
A tecnologia de injeção de fécula de mandioca foi desenvolvida há mais de dez anos pelo Centro de Raízes e Amidos Tropicais (Cerat) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta a designer e sócia da empresa, Érika Cardoso.
"Fui parceira desse grupo por muitos anos, mas ele eventualmente se destituiu e a patente ficou com os técnicos", lembra. "Algum tempo depois, tomei contato com a metodologia de projetos em grupo, Dragon Dreaming, que era o que faltava para o negócio acontecer", diz a empresária.
Investimento
A empreendedora obteve o apoio de uma investidora alemã, que se tornou sócia do projeto e disponibilizou R$ 500 mil para produzir a máquina industrial de injeção. "Temos um ano de empresa e acabamos de lançar a primeira tiragem de embalagens em escala industrial", relata Érika.
Com a máquina linear e apenas um molde, a capacidade de produção da empresa hoje é de 8 mil peças por dia. "Estamos buscando agora um equipamento rotativo, com diferentes moldes, para produzir numa escala maior e chegar num preço competitivo", diz.
O novo equipamento deve elevar a produção a 40 mil peças diárias. "Temos um possível primeiro cliente, em fase de negociação, que já tomaria toda essa produção", revela, adiantando tratar-se de uma empresa paulista de alimentos orgânicos in natura, como vegetais e ovos.
"Nesse primeiro contrato, estamos negociando o valor a mais do que o dobro do que eles pagam atualmente no isopor", conta a empresária. Em dois anos, com o ganho de escala, a expectativa é chegar em valor igual ao derivado do petróleo.
Isso será possível, pois a mandioca é mais barata do que o poliestireno expandido (EPS, mais conhecido pela marca comercial isopor), explica. Para a nova máquina, a empresa está buscando financiamento junto a agências de inovação, como a Fapesp.
Clientes potenciais
Apesar da maior demanda, a partir da divulgação da primeira tiragem, vir da indústria de alimentos, a empresária conta que o foco inicial serão embalagens secas e o mercado de embalagens técnicas. "São produtos de maior valor agregado e secos, pois a resistência à água da embalagem ainda é baixa", diz.
A base do produto é um gel, feito a partir de fécula de mandioca e água, ao qual é incorporado bagaço. O subproduto da fecularia reduz os custos, dá mais resistência à embalagem e uma aparência "mais ecológica".
"Sem o bagaço, a embalagem fica muito parecida com o isopor, já com a casca, tem uma aparência de papel reciclado. Esse é o diferencial que queremos trabalhar", explica Érika.
Além de produzir, a empresa planeja licenciar a tecnologia, tanto para indústrias de embalagens, como para fabricantes de outros produtos, que queiram embalar internamente.
Vantagem ecológica
As bioembalagens produzidas pela Oka são compostáveis e biocompatíveis. "Podem virar adubo, ser destinadas para alimentação animal ou virar uma nova embalagem", afirma.
A empresária ressalta que a produção também é totalmente limpa, liberando apenas vapor de água, que ainda é condensada e reaproveitada no processo. "É um ciclo fechado", destaca.
Uma dificuldade, porém, é de licenciamento, pois não existe uma classificação nacional de atividades econômicas (CNAE) para a atividade. "Precisamos de licença da Cetesb e não tem um código equivalente", reclama.
Tendo requisitado patente internacional para a injeção de mandioca, a empresa espera no futuro ganhar o mercado externo. Por um acordo entre os sócios e colaboradores, 20% do lucro do negócio será destinado a iniciativas socioambientais.
A tecnologia de injeção de fécula de mandioca foi desenvolvida há mais de dez anos pelo Centro de Raízes e Amidos Tropicais (Cerat) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta a designer e sócia da empresa, Érika Cardoso.
"Fui parceira desse grupo por muitos anos, mas ele eventualmente se destituiu e a patente ficou com os técnicos", lembra. "Algum tempo depois, tomei contato com a metodologia de projetos em grupo, Dragon Dreaming, que era o que faltava para o negócio acontecer", diz a empresária.
Investimento
A empreendedora obteve o apoio de uma investidora alemã, que se tornou sócia do projeto e disponibilizou R$ 500 mil para produzir a máquina industrial de injeção. "Temos um ano de empresa e acabamos de lançar a primeira tiragem de embalagens em escala industrial", relata Érika.
Com a máquina linear e apenas um molde, a capacidade de produção da empresa hoje é de 8 mil peças por dia. "Estamos buscando agora um equipamento rotativo, com diferentes moldes, para produzir numa escala maior e chegar num preço competitivo", diz.
O novo equipamento deve elevar a produção a 40 mil peças diárias. "Temos um possível primeiro cliente, em fase de negociação, que já tomaria toda essa produção", revela, adiantando tratar-se de uma empresa paulista de alimentos orgânicos in natura, como vegetais e ovos.
"Nesse primeiro contrato, estamos negociando o valor a mais do que o dobro do que eles pagam atualmente no isopor", conta a empresária. Em dois anos, com o ganho de escala, a expectativa é chegar em valor igual ao derivado do petróleo.
Isso será possível, pois a mandioca é mais barata do que o poliestireno expandido (EPS, mais conhecido pela marca comercial isopor), explica. Para a nova máquina, a empresa está buscando financiamento junto a agências de inovação, como a Fapesp.
Clientes potenciais
Apesar da maior demanda, a partir da divulgação da primeira tiragem, vir da indústria de alimentos, a empresária conta que o foco inicial serão embalagens secas e o mercado de embalagens técnicas. "São produtos de maior valor agregado e secos, pois a resistência à água da embalagem ainda é baixa", diz.
A base do produto é um gel, feito a partir de fécula de mandioca e água, ao qual é incorporado bagaço. O subproduto da fecularia reduz os custos, dá mais resistência à embalagem e uma aparência "mais ecológica".
"Sem o bagaço, a embalagem fica muito parecida com o isopor, já com a casca, tem uma aparência de papel reciclado. Esse é o diferencial que queremos trabalhar", explica Érika.
Além de produzir, a empresa planeja licenciar a tecnologia, tanto para indústrias de embalagens, como para fabricantes de outros produtos, que queiram embalar internamente.
Vantagem ecológica
As bioembalagens produzidas pela Oka são compostáveis e biocompatíveis. "Podem virar adubo, ser destinadas para alimentação animal ou virar uma nova embalagem", afirma.
A empresária ressalta que a produção também é totalmente limpa, liberando apenas vapor de água, que ainda é condensada e reaproveitada no processo. "É um ciclo fechado", destaca.
Uma dificuldade, porém, é de licenciamento, pois não existe uma classificação nacional de atividades econômicas (CNAE) para a atividade. "Precisamos de licença da Cetesb e não tem um código equivalente", reclama.
Tendo requisitado patente internacional para a injeção de mandioca, a empresa espera no futuro ganhar o mercado externo. Por um acordo entre os sócios e colaboradores, 20% do lucro do negócio será destinado a iniciativas socioambientais.