Mesmo com geada, MS tem safra recorde de 41,4 mi de t de cana
/ AGRICULTURA
Anderson Viegas
Do Agrodabate
Mesmo com as geadas afetando parte dos canaviais de Mato Grosso do Sul entre os meses de julho e agosto do ano passado, o estado obteve na safra 2013/2014 uma produção recorde de cana-de-açúcar, 41,4 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 11,28% frente as 37,3 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2012/2013.
Os dados são de levantamento de fim de safra divulgado nesta quinta-feira (16) pela Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul). Conforme o presidente da entidade, Roberto Hollanda, apesar da produção histórica, o balanço do ciclo para o setor é negativo, já que havia a expectativa no início da moagem de um processamento de 44,1 milhões de toneladas de matéria-prima que foi frustrado pelas variações climáticas.
“Entre o fim de 2012 e o início de 2013, choveu abaixo da média na principal região produtora do estado. Isso afetou a maturação da cana. Depois, no começo da safra, em abril, choveu muito, o que atrasou o início do processamento. Entre julho e agosto ocorreram as geadas, que provocaram a deterioração da planta, fazendo com que as usinas tivessem que colher uma cana que ainda não estava pronta, e ainda ocasionaram a perda de qualidade”, comenta.
Hollanda comenta que as geadas provocaram uma perda de aproximadamente 4 milhões de toneladas no volume de cana que seria colhido, e ainda ocasionaram a redução do teor de açúcar das plantas afetadas medido pelo índice de açúcares totais recuperáveis (ATR), que caiu de 136,8 quilos por toneladas de cana para 126,7 quilos por tonelada de cana, o que seria equivalente a outras 3 milhões de toneladas.
Somando o prejuízo no volume e a redução na qualidade da cana, o presidente da Biosul diz que a entidade estima que o setor teve um prejuízo somente com as geadas de aproximadamente R$ 600 milhões nesta safra. Ele aponta ainda que os efeitos do fenômeno devem ter reflexos nas próximas duas safras, já que a rebrota nas áreas atingidas também foi afetada.
Hollanda diz que com matéria-prima de menor qualidade, o mix de produção, ou seja, a quantidade de cana que é destinada para a fabricação de cada produto do setor, açúcar ou etanol, também foi afetado, sendo mais voltado para o processamento do combustível. No ciclo 2012/2013, o mix era de 64% para o etanol e 36% para o açúcar. No 2013/2014 passou para 72% para o biocombustível e 28% para o alimento.
Neste cenário, a produção de açúcar do estado caiu 21,42% na safra recém-concluída frente a anterior, retrocedendo de 1,7 milhão de toneladas para 1,3 milhão de toneladas. Desse total, 982 mil toneladas foram do tipo VHP, 360 mil toneladas do cristal e 27 mil toneladas do refinado. Do alimento processado em Mato Grosso do Sul, 81% seguiu para a exportação, 12% para outros estados e somente 7% foi consumido no estado.
Em contrapartida, a fabricação de etanol foi recorde. Somando o volume do hidratado e do anidro, as usinas sul-mato-grossenses processaram 2,2 bilhão de litros, 16,45% superior aos 1,9 bilhão do ciclo anterior. Desse total, 12,84%, o equivalente a 287 milhões de litros foram consumidos em Mato Grosso do Sul. O restante foi escoado para outros estados.
Outro produto do setor que teve grande incremento de produção disponibilizada para a comercialização foi a bioeletricidade. Das 22 usinas em operação no estado neste ciclo, dez exportaram energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), totalizando 1.517.279 MWh, 17,03% superior ao do ciclo passado e suficiente, conforme o presidente da Biosul, para atender todo o consumo residencial de energia elétrica do estado.
No estado, de acordo com Hollanda, também houve um incremento expressivo na mecanização neste ciclo, chegando a 97% das áreas colhidas, com 89% da safra passada. Mato Grosso do Sul, de acordo com ele, é o estado do país em que o processo está mais avançado.
Os dados são de levantamento de fim de safra divulgado nesta quinta-feira (16) pela Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul). Conforme o presidente da entidade, Roberto Hollanda, apesar da produção histórica, o balanço do ciclo para o setor é negativo, já que havia a expectativa no início da moagem de um processamento de 44,1 milhões de toneladas de matéria-prima que foi frustrado pelas variações climáticas.
“Entre o fim de 2012 e o início de 2013, choveu abaixo da média na principal região produtora do estado. Isso afetou a maturação da cana. Depois, no começo da safra, em abril, choveu muito, o que atrasou o início do processamento. Entre julho e agosto ocorreram as geadas, que provocaram a deterioração da planta, fazendo com que as usinas tivessem que colher uma cana que ainda não estava pronta, e ainda ocasionaram a perda de qualidade”, comenta.
Hollanda comenta que as geadas provocaram uma perda de aproximadamente 4 milhões de toneladas no volume de cana que seria colhido, e ainda ocasionaram a redução do teor de açúcar das plantas afetadas medido pelo índice de açúcares totais recuperáveis (ATR), que caiu de 136,8 quilos por toneladas de cana para 126,7 quilos por tonelada de cana, o que seria equivalente a outras 3 milhões de toneladas.
Somando o prejuízo no volume e a redução na qualidade da cana, o presidente da Biosul diz que a entidade estima que o setor teve um prejuízo somente com as geadas de aproximadamente R$ 600 milhões nesta safra. Ele aponta ainda que os efeitos do fenômeno devem ter reflexos nas próximas duas safras, já que a rebrota nas áreas atingidas também foi afetada.
Hollanda diz que com matéria-prima de menor qualidade, o mix de produção, ou seja, a quantidade de cana que é destinada para a fabricação de cada produto do setor, açúcar ou etanol, também foi afetado, sendo mais voltado para o processamento do combustível. No ciclo 2012/2013, o mix era de 64% para o etanol e 36% para o açúcar. No 2013/2014 passou para 72% para o biocombustível e 28% para o alimento.
Neste cenário, a produção de açúcar do estado caiu 21,42% na safra recém-concluída frente a anterior, retrocedendo de 1,7 milhão de toneladas para 1,3 milhão de toneladas. Desse total, 982 mil toneladas foram do tipo VHP, 360 mil toneladas do cristal e 27 mil toneladas do refinado. Do alimento processado em Mato Grosso do Sul, 81% seguiu para a exportação, 12% para outros estados e somente 7% foi consumido no estado.
Em contrapartida, a fabricação de etanol foi recorde. Somando o volume do hidratado e do anidro, as usinas sul-mato-grossenses processaram 2,2 bilhão de litros, 16,45% superior aos 1,9 bilhão do ciclo anterior. Desse total, 12,84%, o equivalente a 287 milhões de litros foram consumidos em Mato Grosso do Sul. O restante foi escoado para outros estados.
Outro produto do setor que teve grande incremento de produção disponibilizada para a comercialização foi a bioeletricidade. Das 22 usinas em operação no estado neste ciclo, dez exportaram energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), totalizando 1.517.279 MWh, 17,03% superior ao do ciclo passado e suficiente, conforme o presidente da Biosul, para atender todo o consumo residencial de energia elétrica do estado.
No estado, de acordo com Hollanda, também houve um incremento expressivo na mecanização neste ciclo, chegando a 97% das áreas colhidas, com 89% da safra passada. Mato Grosso do Sul, de acordo com ele, é o estado do país em que o processo está mais avançado.