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SRCG defende fim vacinação contra aftosa em novembro

/ SINDICAL

O preço da vacina contra a febre aftosa está 66% mais caro em Mato Grosso do Sul nesta segunda fase da campanha iniciada no dia 1º de novembro deste ano, se comparado ao valor pago na primeira etapa, realizada em maio. Para o Sindicato Rural de Campo Grande, que desde abril vem discutindo o tema com o poder público, a obrigatoriedade da vacinação atende mais aos interesses econômicos de determinados grupos do que a questão sanitária.

 Em apenas seis meses, o preço médio da dose passou de R$ 0,90 para R$ 1,50. A pesquisa foi realizada pela equipe técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul) e revela que o custo com a imunização do rebanho vai pesar no bolso do produtor.

Para o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Oscar Stuhrk, as campanhas de vacinação instituídas pelo governo para garantir a sanidade dos rebanhos se transformaram apenas em mecanismos de lucro para determinados grupos econômicos.

“O que está prevalecendo é apenas a questão comercial, o lucro, já que os laboratórios podem impor o preço que quiserem em função da obrigatoriedade da vacinação”, argumentou o dirigente, que apresentou duas sugestões para tirar o problema das costas do produtor: “ou o governo acaba de uma vez com a obrigatoriedade da vacinação nas regiões fora da faixa de fronteira ou então que banque integralmente com os custos da vacina”.

Oscar Stuhrk lembrou que o último registro da doença em Mato Grosso do Sul ocorreu em 2005 em função da ineficiência da fiscalização na faixa de fronteira. “A responsabilidade de monitorar e policiar as fronteiras é do governo federal. Se ele não tem competência para tanto, que banque então com a compra da vacina. O que não pode é manter esses custos nas costas do produtor”, criticou.

Por sua vez, o também diretor do SRCG Wilson Igi defendeu o controle de preços da vacina pelo governo. "Se nenhuma medida for tomada, a cada ano os preços estarão mais e mais elevados, comprometendo a capacidade do produtor de vacinar os animais", argumentou.

Gestões – Desde abril deste ano os dirigentes do sindicato tentam convencer o governo do Estado a por fim à obrigatoriedade da vacinação no mês de novembro. O assunto foi discutido em reunião com a diretora-presidente da Iagro, Maria Cristina Carrijo, ocorrida na sede do sindicato. A entidade formalizou o pedido por meio de ofício encaminhado ao órgão.

No documento, os dirigentes argumentam que novembro é período de chuva, o que estressa o rebanho durante o manejo, fazendo com que não seja atingida a imunização desejada. Além disso, a vacinação não atinge todos os recém-nascidos, já que parte das vacas dão à luz os bezerros nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e até em março.

“Entendemos que a vacinação dos animais de zero a 12 meses que serão comercializados ou transferidos de propriedades, como acontece no Pantanal,l seria mais do que suficiente para manter o status de área livre de aftosa com vacinação”, finalizou Oscar Stuhrk.

 

FONTE: EDIR VIEGAS - ASSESSOR IMP.SRCG