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SRCG faz alerta sobre a falta de mão de obra para o campo

/ SINDICAL

– Sindicato recebe DRT e faz alerta: produtores não devem fazer acordo com trabalhadores que querem deixar o emprego –

 A falta de mão de obra é um dos mais graves problemas enfrentados hoje pelos produtores rurais em todo o Estado. Para tentar resolver essa questão, ou ao menos minimizá-la, o Sindicato Rural de Campo Grande reuniu-se na semana passada com representantes da Delegacia Regional do Trabalho e da Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat). As autoridades fizeram um alerta no sentido de os empregadores não realizarem acordos para que ex-funcionários possam receber o seguro-desemprego.

A primeira reunião foi com o diretor-presidente da Funsat, Aldo Eurípedes Donizete, que foi recebido pelo presidente do SRCG Oscar Sturhk e por demais membros da diretoria na sede da entidade. No encontro ele discorreu sobre a falta de mão de obra especializada para o meio rural e se colocou a disposição para tentar solucionar o problema de maneira conjunta com o sindicato.

Segundo Oscar Sturhk, na reunião foi discutido a celebração de termo de cooperação entre o SRCG e a Fundação para que esta última promova cursos para formar e capacitar mão de obra para o campo. “Não é a nossa vocação atender o meio rural, mas vamos ver quais são as demandas dos produtores e treinar trabalhadores que estejam interessados em trabalhar nessa área”, explicou Aldo Donizete.

Os resultados do encontro, conforme argumentou Oscar Sturhk, foram bastante positivos. “Hoje necessitamos de campeiros, tratoristas, cozinheiras, enfim, de uma série de profissionais que não estão disponíveis no mercado. Essa parceria com a Funsat tende a ampliar a oferta de mão de obra”, argumentou.

Também nesta semana a diretoria do SRCG se reuniu com o superintendente Regional do Trabalho no Estado Anízio Pereira Tiago, que estava acompanhado do Coordenador do Grupo de Trabalho da DRT Wallace Faria Pacheco. Na pauta, novamente a falta de mão de obra especializada para o meio rural.

Os dirigentes da DRT explicaram que a falta de mão de obra, não apenas no meio rural, mas também nas cidades, é consequência de uma série de fatores. Uma delas, conforme listou, é o grande número de trabalhadores que hoje recebem o seguro-desemprego. “Muitos deles pedem demissão, mas por camaradagem seus empregadores fazem um acordo verbal e anotam na carteira de trabalho a demissão sem justa causa, para que o ex-empregado possa fazer jus ao seguro-desemprego”, explicaram.

Isso acaba tirando os profissionais no mercado de trabalho, pois estes optam pelo trabalho informal, sem que a carteira seja assinada, para que possam aumentar a renda com duas fontes distintas: uma com o seguro-desemprego e outra com o trabalho sem registro em carteira.

“Não apenas os produtores rurais, mas qualquer empregador, não deve fazer esse tipo de acordo. Se o empregado quer deixar o emprego, que peça demissão. Esses acordos, além de ilegais, contribuem para que o setor produtivo atravanque por conta da falta de mão de obra”, argumentou Oscar Sturhk.

 

EDIR VIEGAS