Por Giovanni Coelho - Consultor em relações internacionais do SRCG
Durante o Interagro de 2022, os associados do SRCG e todos os que acompanharam os debates puderam acompanhar uma extensa programação de palestras com ilustres convidados sobre os diversos temas que afetam a produção agropecuária do Mato Grosso do Sul, do Brasil e do mundo. Ao longo de quatro dias, especialistas e autoridades do setor compartilharam suas visões sobre desafios, oportunidades e alternativas para fazer a produção cada vez mais sustentável em todos os aspectos, econômico, social e ambiental.
Um dia depois do encerramento, em 12 de junho, iniciou-se a 12a. Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), reunião entre os representantes governamentais de comércio dos 164 países membros da organização. O Brasil buscou, durante os debates, resultados concretos nas áreas de agricultura e comércio multilateral. As negociações em agricultura foram prioritárias para os negociadores brasileiros, que entendem a importância de avanços rumo à redução das barreiras ao comércio do setor como forma de garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento global sustentável.
As similaridades entre os discursos nas palestras do Interagro e aqueles que ecoaram das declarações emitidas pelos países após a conferência são notáveis. É preciso que haja mais inovação em ferramentas e tecnologias para que os produtores tenham mais opções na hora de tomar decisões quanto à sua produção e para que consigamos tornar os alimentos mais abundantes no mundo, o que também precisará contar com um comércio mais livre e justo.
O destaque à ciência também foi um ponto em comum entre os dois eventos. A declaração de resposta aos desafios modernos em temas sanitários e fitossanitários ressaltou a importância da tomada de decisões, por governos, com base em princípios e evidências científicas, enquanto a Embrapa levou diversas novas informações e resultados de pesquisa que podem auxiliar os produtores a tomarem decisões mais assertivas em suas propriedades.
Finalmente, deve-se mencionar um tema que sempre surge quando se fala de comércio internacional, que é a competição com outros países. Sobre isso, devo dizer que foi o trabalho duro dos produtores rurais, que se abriram às inovações e enfrentaram os desafios, que fez o Brasil mais forte e a produção nacional mais resiliente. O agro sul-mato-grossense tem se mostrado cada vez mais aberto às novidades e integrado com os anseios e as expectativas globais, fator que é essencial para o triunfo do setor e do estado no longo prazo.
