DIVERSOS | 21/11/2019

Super Produtor – José Fernando Gervásio

 

“Volta às origens” é o que faz do produtor um grande apaixonado pela pecuária de leite

 

“Trabalhador”, essa é a palavra que define o produtor rural José Fernando Gervásio, 63 anos, que tem a propriedade Chácara Boa Esperança, localizada em Campo Grande (MS). Há 15 anos ele dedica parte da sua vida para a pecuária de leite. Além disso, também é empresário no ramo de consultoria, engenharia, arquitetura e representações comerciais.

 

Confira abaixo a entrevista com o produtor, na qual conta a sua história exemplar, as lutas, desafios enfrentados, o que o move a continuar na atividade leiteira e os sonhos a serem conquistados.

 

Como a sua história começou no meio rural?

As minhas origens foram em Santa Catarina, meus pais e avós eram produtores rurais. Meu pai, depois da Segunda Guerra Mundial, veio para cidade, era filho de agricultor e trabalhou até os seus 18 anos na roça. Nasci em Itajaí (SC) e morei até 1989, depois mudamos para o Centro-Oeste e trabalhei em uma empresa durante 35 anos, que é o Grupo Pereira, mas sempre gostei muito da produção rural. Quando me desliguei desse grupo já tinha a propriedade e comecei com ovinocultura, mas depois migrei para leiteria e isso já faz 15 anos.

 

O que levou o senhor a ser um produtor rural?

É mais por desejo, principalmente volta às origens, porque acredito que todo homem precisa de um norte e sempre quis ter uma propriedade rural e morar nela. Então, graças a Deus e ao meu trabalho tenho isso hoje. Quis fazer ela autossuficiente, tenho água tratada e conto atualmente com 6 funcionários capacitados que fizeram cursos dentro da área leiteira. Não vendo mais leite por diversas questões, apenas queijo artesanal em alguns estabelecimentos da cidade e a marca se chama “Queijo D’Bisa”.

 

Como é ser um produtor de leite no nosso estado? Qual o maior desafio?

O principal desafio sempre foi a falta de incentivo. Uma briga inglória, luta diária contra tudo e contra todos. Há poucas políticas públicas definidas para este ramo e as que existem foram copiadas por leis de outros países com características de clima diferentes do nosso. Na minha propriedade atendo 90% dos requisitos da lei, mas como é muito difícil cumprir tudo, me privo ao direito de trabalhar, o que me torna um contraventor. Mesmo assim, produzo queijo, tiro notas e procuro fazer o mais certo possível.

 

 

O que te move a continuar exercendo a atividade?

Essa é a pergunta que a minha esposa faz também. É mais por paixão mesmo. Me considero muito crítico nesse quesito, acredito nas pessoas e sempre digo que quem não sabe dividir, não pode multiplicar. Sou um empreendedor nato, movido extremamente pelo trabalho e novos desafios. Não faço coisas para me vangloriar para os outros, faço para mim e prezo muito por justiça. Quando morrer apenas quero ser conhecido por ter sido um “homem justo”, nada mais.

 

Qual o seu maior sonho?

J. Fernando Gervásio: O que mais desejo e gostaria de ver nesses meus 63 anos de idade é que o nosso Brasil um dia realmente desse certo, longe das amarras, turbulências de esquerda e direita, de um querendo ser melhor que o outro, mas sim lutarem por uma causa única. Espero também que tenha mais competência para a política deixar de ser profissão e se tornar uma paixão, entender que de fato estamos aqui nesse mundo mais para servir que ser servido. Então, digamos que este é o meu maior sonho: “ver os políticos trabalhando para a população e não a população trabalhando para os políticos”.

 

Texto: Polyana Dittmar

Fotos: arquivo pessoal e Polyana Dittmar

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