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África pode incrementar produção de etanol no mundo

/ AGRICULTURA

Estudos da FGV Projetos indicaram a viabilidade para a produção de cana-de-açúcar e outras culturas como capim elefante, palma, pinhão manso e eucalipto

Estudos coordenados pela FGV Projetos evidenciam o potencial de países africanos para produzir biocombustíveis, e devem servir de incentivo para que outras nações também invistam na produção de combustíveis limpos, especialmente o etanol de cana. A avaliação é do diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, sobre projetos apresentados pela instituição brasileira no Global Bioenergy Partnership (GBEP), evento que reuniu importantes lideranças entre os dias 5 e 9 de maio na cidade de Maputo, capital e a maior cidade de Moçambique.

Os projetos realizados por técnicos da FGV e financiados pelo governo brasileiro e a mineradora Vale, em Moçambique, Senegal, Zâmbia, Libéria, Guiné Bissau e Guiné Conakri, são frutos dos Memorandos de Entendimento entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos para a realização de estudos de viabilidade para a produção de biocombustíveis na América Central, Caribe e Senegal e entre Brasil e União Européia. Sousa participou, quando ainda trabalhava no Banco Mundial, do primeiro estudo de desenvolvimento do etanol em solo africano.

– Na África encontramos países com forte tradição na produção de açúcar e que, com incentivos adequados, podem desenvolver um programa bem sucedido de produção e uso de etanol. A atividade, além de gerar mais empregos e renda no campo, reduzirá a dependência dos combustíveis fósseis e melhorará a balança comercial, seja pela redução das importações de derivados de petróleo ou por meio das exportações do etanol excedente – explicou.

Segundo o especialista da Divisão África da FGV Projetos, Frederico Paiva, os estudos mapearam a totalidade do território dos países e indicaram a viabilidade para a produção de cana-de-açúcar e outras culturas como capim elefante, palma, pinhão manso e eucalipto. A FGV, como contribuição adicional, incluiu culturas alimentares nas análises, como milho, feijão, mandioca e soja, entre outras. Além de apontar a viabilidade das culturas, os estudos indicam a melhor localização para projetos de cana-de-açúcar, incluindo refinarias, além de fazer uma análise acerca do marco regulatório e dos impactos ambientais e sociais de investimento nos países africanos.

– O empresário brasileiro interessado em produzir bioenergia na África tem nesses estudos uma importante ferramenta para sua tomada de decisão. O potencial agrícola é enorme. A África quer substituir suas importações de petróleo e possui preferências comerciais com a Europa. Vale a pena pensar a respeito – afirmou Paiva.

 

UNICA