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Dr. Pecuária entrevista Mary Temple Grandin sobre as boas práticas para manejo de rebanho

/ PECUÁRIA

Norte-americana, que tem autismo, se tornou uma das mais respeitadas especialistas em comportamento animal

O quadro Dr. Pecuária, desta quarta, dia 14, conversa com Mary Temple Grandin, uma norte-americana de 66 anos que tem autismo e se tornou uma das mais respeitadas especialistas em comportamento animal. Sua vida chegou a virar filme. Mary fala sobre bem-estar e boas práticas de manejo com o rebanho. Ela salienta que o bom trato com o rebanho pode impactar no peso e na qualidade da carne.

Como observar as práticas de bem-estar animal no Brasil?

Mary: Um dos grandes problemas é a supervisão. Quando o dono da fazenda ou alguém responsável por fiscalizar está assistindo o manejo é muito bom. Mas, quando a equipe não está sendo supervisionada, voltam a acontecer os choques e a gritaria.

Existem algumas razões porque o manejo calmo é importante: animais mais calmos ganham mais peso, o que já foi provado em muitos estudos. Nós fizemos um dos primeiros estudos nos anos 1990. Carnes firmes e escuras são consideradas sérios defeitos no produto.

Outra razão é pela saúde de quem faz o manejo, já que os animais agitados podem machucar as pessoas e machucar a eles próprios. Algumas pessoas acreditam que cinco minutos antes do abate a carne não seria capaz de apresentar hematomas, mas isso não é verdade. Outro fato é que minutos antes do abate, animais agitados vão ter uma carne mais dura. O manejo nos últimos minutos antes do abate também é importante.

Como realizar o treinamento das pessoas que manejam os animais?

Mary: O treinamento das pessoas é muito importante. Primeiro passo: sem gritar e manter a calma, porque se o animal ficar agitado, leva mais 30 minutos para se acalmar. Outra recomendação é que o animal seja manejado em pequenos grupos de cada vez. E fazer com que eles se movam em linha, um seguindo o outro.

Tem algum índice que comprove o aumento da produtividade em função das práticas ideais de manejo?

Mary: A segurança das pessoas que fazem o manejo é um problema, porque animais agitados podem atingi-las. Além disso, podem ter hematomas, o que tem custado à indústria milhões de dólares por ano, já que essas partes da carne devem ser cortadas e descartadas. A supervisão dessa equipe de corte também é importante, para que as práticas de manejo continuem sendo boas. Isso é muito importante, principalmente, quando se têm muitos funcionários e mudança de turno.

 

>> Veja a reportagem na íntegra pelo site www.ruralbr.com.br

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