Entidade capacita piscicultores de MS para uso de tanques rede
Primeira capacitação ocorreu em Paranaíba, no leste do estado.
Produção ocorre em gaiolas instaladas em rios e represas.
Para incentivar o desenvolvimento da piscicultura em Mato Grosso do Sul, a unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no estado (Senar/MS) investiu em novos instrutores, abriu novas turmas e está passando a oferecer também a qualificação para a produção em tanques rede, em que os peixes são criados em gaiolas flutuantes em rios e represas.
Oferecido pela primeira vez no município de Paranaiba entre junho e julho de 2014, onde 30 pessoas foram capacitadas, o curso de piscicultura em tanques rede foi realizado por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Vivenciando a experiência de perto, os instrutores do Senar perceberam que mais do que capacitar os profissionais com conhecimentos técnicos, houve uma mudança social entre os trabalhadores, que passaram a se enxergar como empreendedores.
"O pescador tem habilidades adquiridas ao longo de anos de trabalho e seu foco sempre foi pescar e vender. Depois do curso ele passou a se interessar pela criação do peixe, ou seja, houve contraste na realidade de ontem e na atual. É o efeito social do Pronatec e Senar", avalia o engenheiro agrônomo e instrutor do Senar, Maurício Cury.
Com total de 200 tanques rede, sendo de 4 a 10 em cada família, a renda dos pescadores pode variar entre três e quatro salários mínimos. "Há dias que é possível pescar 20kg de tilápia, cujo o quilo é comercializado entre R$ 15 e R$ 17 no comércio local, dependendo do empenho de cada um". O cálculo foi feito pelo zootecnista e instrutor André Luiz Nunes, responsável, entre outros temas, pelas aulas que abordavam conduta empresarial.
"Eles entenderam que agora também são empresários, mudaram o comportamento e não focam mais apenas na pesca", relata o instrutor, que recebeu uma placa de agradecimento dos alunos. "Não esperava, foi gratificante e significa que estamos no caminho certo", concluiu o instrutor.
Fonte: Agrodebate