Arroba e carne se valorizam 16% em um ano; para bezerro, alta chega a 24%
As cotações praticadas em todos os elos da cadeia pecuária encerram o primeiro semestre em alta. A média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo (estado de São Paulo) em junho, de R$ 121,70, superou em 5% a de dezembro/13 e em 15,5% a de junho/13, já descontando-se a inflação do período (IGP-DI de maio/14).
Para o bezerro, as valorizações reais foram ainda maiores, de 18,8% frente a dezembro/13 e de expressivos 24,4% sobre junho/13, com o valor médio do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul) passando para R$ 1.037,99 no último mês. Quanto à carne, a carcaça casada de boi negociada no atacado da Grande São Paulo está 1,8% e 16,6%, respectivamente, mais valorizada, a R$ 7,86/kg na média de junho/14.
Nos mesmos comparativos do ano passado, as variações positivas foram menores e/ou de queda nos preços. Em junho/13, a média deflacionada (também pelo IGP-DI de maio/14) do bezerro (MS) foi de R$ 834,36, alta de 10% em relação a dez/12 e de 3,8% sobre a de jun/12. Para o boi gordo (SP), a média real de junho do ano passado, de R$ 105,40, permaneceu praticamente estável em ambos os comparativos, superando em ligeiro 0,9% a de dez/12 e em 0,5% a de jun/12. A média da carcaça casada bovina, por sua vez, de R$ 6,74/kg em jun/13, caiu 2,2% em relação à de dez/12 e ficou inalterada frente à de igual período do ano anterior.
Para a carne, o bom desempenho das exportações no primeiro semestre deste ano contribuiu para enxugar a oferta interna e sustentar o movimento de alta das cotações. De janeiro a junho, a receita obtida com as vendas externas de carne bovina atingiu valor recorde para o período, de US$ 2,7 bilhões (aumento de 14,7% sobre igual intervalo de 2013) – dados da Secex. Em volume, os embarques acumulados nos seis primeiros meses deste ano, de 598 mil toneladas, ficaram abaixo apenas da quantidade enviada ao exterior no mesmo período de 2007 (698,6 mil toneladas), ano de exportação recorde.
Nos últimos dias, o ritmo de negócios seguiu lento no mercado pecuário. A retração um pouco maior de frigoríficos pressionou ligeiramente as cotações da arroba no acumulado de 24 de junho a 1º de julho.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) fechou a R$ 121,63 nessa terça-feira, 1º, leve recuo de 0,3% em relação à terça anterior. No acumulado de junho, a variação foi positiva em ligeiro 0,24%. Segundo relatam operadores do setor, com a oferta de animais relativamente restrita, os compradores que optaram por se retrair trabalharam com escalas de abate menores ou com lotes adquiridos antecipadamente via contratos.
No mercado atacadista da carne com osso, a carcaça casada bovina foi cotada a R$ 7,64/kg nessa terça-feira na Grande São Paulo, baixa de 3,2% sobre a terça anterior. Os preços do traseiro e do dianteiro de boi tiveram quedas de 2,4% e 3,7%, negociados a R$ 9,22/kg e R$ 6,33/kg, respectivamente, na terça. Em junho, a carcaça acumulou valorização de 1,1%, o traseiro, de 2,2%, enquanto o dianteiro se desvalorizou 0,3%.
A média da carcaça casada de vaca, por sua vez, cedeu 4,6% em sete dias e 1% em junho, com o quilo cotado a R$ 7,03 na terça. Segundo representantes de frigoríficos e de atacadistas, o principal fator de pressão é a demanda, que não se mostra aquecida, o que também reforça o posicionamento recuado na compra de animais.
Quanto ao bezerro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) fechou a R$ 1.038,97 no dia 1º – em relação à terça anterior, houve aumento de 1,7% e, no acumulado de junho, de 0,7%. Já a média do bezerro São Paulo (à vista) caiu 1% em sete dias e 3,7% ao longo do mês passado, fechando a R$ 995,11 na terça.
Fonte: Cepea, da Esalq/USP