Brasil é produtor de alimentos e de serviços ambientais
Produtor rural de MT e membro de GTPS desmitifica fatos irreais do agro
Por Agro Agência Assessoria
O Brasil, além de ser um grande produtor de alimentos, é produtor de serviços ambientais. A afirmação é do pecuarista de Mato Grosso, membro do GTPS – Grupo de Trabalho e Pecuária Sustentável, ativista agroambiental e empresário, Caio Penido, que em entrevista ao Informativo do Sindicato Rural de Campo Grande, pontua os principais mitos negativos do agronegócio em relação ao meio ambiente.
Segundo o especialista rural, falta ao produtor brasileiro reconhecimento e remuneração em seu trabalho na preservação ambiental. “O Brasil produz gado, grãos e florestas, com isso, joga na atmosfera oxigênio e umidade. No território nacional, mais de 60% possui cobertura florestal nativa. Sabemos, ainda, que um terço da área brasileira de floresta está dentro das propriedades rurais. Queremos pagamentos pelo serviço de proteger a floresta”.
Para Penido, é importante que a sociedade reconheça a eficiência do Código Florestal Brasileiro. “Temos um código eficiente, moderno, honesto e conservacionista”. Entretanto, a imagem do setor ainda é prejudicada por erros na comunicação. “É um setor rachado, com disputas internas e não consegue estabelecer estratégias. Precisamos de alinhamento, para criamos lideranças e termos discursos em comum”.
Mitos do Agro – “O primeiro mito é que o produtor e os ambientalistas não podem ser aliados. É mentira! Com bom senso, conseguimos trabalhar os mesmos pontos, uma pauta em comum, agroambiental, atendendo a todos”.
Outro mito negativo, que precisamos desmentir é a questão das emissões de gases de efeito estufa por parte da pecuária de corte. “O nosso modelo pecuário é majoritariamente a pasto, ou seja, as emissões de carbono são capturadas, quando se há a intensificação, com reforma de pastagem, com sistema rotacionado e com investimentos de tecnologias, obtendo, assim o pasto coberto o ano todo, resultando no estoque de carbono no solo. Isso sem contar as APPs – Áreas de Preservação Permanente, as florestas”.
Outro mito do setor refere-se ao consumo de água no setor pecuário. “É muito divulgada a informação de que para produzir um quilo de carne se gasta 15 mil litros de água. Entretanto, no Brasil, boa parte do gado é criado a pasto, com isso, a própria é absorvida no solo, vai para o lençol freático e reintegrada ao sistema”.
Sobre o desmatamento na floresta Amazônica, por exemplo, o especialista explica: “Os problemas são ocasionais, localizados e pontuais. O que acontece é ilegal. São grileiros, criminosos e o que eles colocam na área invadida é o gado porque é o mais fácil, mas isso prejudica a imagem do produtor rural. É um especulador de terra”.
“São informações manipuladas e que mostram que o gado é sempre um problema”, finaliza o especialista.