Contencioso do algodão e nova lei agrícola americana são discutidos em audiência pública
Prejuízo para os cotonicultores brasileiros pode chegar a US$ 335 milhões ao ano
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) cobrou uma solução definitiva, por parte dos Estados Unidos, para resolver a questão do contencioso do algodão, em audiência pública, nesta quinta, dia 08. O tema foi discutido em Brasília (DF), pelas Comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
Os elevados subsídios concedidos pelo governo norte-americano aos seus cotonicultores têm prejudicado os produtores brasileiros e causado distorções no mercado internacional. A senadora Kátia Abreu defendeu também que o Brasil busque alianças com outros países para questionar a nova lei agrícola norte-americana.
– Não precisamos ser rudes, mas não podemos ter excesso de diplomacia – disse a senadora.
Segundo ela, com a nova lei americana, aprovada em fevereiro deste ano, os prejuízos serão ainda maiores ao Brasil, não apenas no caso do algodão, mas também em culturas como soja e milho.
Um estudo da CNA aponta que o crescimento dos subsídios dos EUA será responsável por reduções nos preços mundiais estimadas em 4% no milho e no algodão, e em 3% na soja. Apenas para estas três commodities, o apoio governamental soma US$ 64,5 bilhões.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Ferrúcio Pinesso, afirmou que a nova lei norte-americana trará mais distorções que a lei anterior. Considerando o preço de US$ 0,80 por libra/peso, o prejuízo, para os cotonicultores brasileiros, pode chegar a US$ 335 milhões/ano.
CANAL RURAL COM INFORMAÇÕES DA ASSESSORIA