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Cooperativas de MS detêm mais da metade do faturamento do agronegócio

/ DIVERSOS

Diego Silva

O estudo que avaliou o faturamento de 21 cooperativas agropecuárias de Mato Grosso do Sul, verifica que, reunidas, estas respondem por aproximadamente 53,60% do Valor Bruto de Produção (VBP) do Estado, índice que avalia o faturamento do agronegócio. Para esta constatação, a economista Daniela Teixeira, ligada ao grupo que pesquisa a Construção da Matriz de Insumo-Produto do Estado, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), leva em consideração a projeção de que até o fim deste ano, o VBP possa acumular R$ 26,95 bilhões.

Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o VBP de 2016 pode acumular R$ 26,95 bilhões, montante 14,24% superior ao do ano passado. Baseando-se nesses números, a economista constatou também que se falarmos especificamente em agricultura, soja e milho, as cooperativas no estudo são responsáveis por cerca de 20% do faturamento bruto do agronegócio estadual, comprovando-se como um forte segmento para a economia e o social, do Estado. “Apesar de grandes cooperativas ligadas à pecuária, como é o caso da Coasgo, em São Gabriel do Oeste, é na agricultura que se concentram o maior número de cooperativas direcionadas ao agronegócio do Estado”, afirma Daniela.

Apesar das altas cifras no faturamento, as 21 cooperativas analisadas no estudo geram um volume modesto de empregos, o equivalente a 1,24% do total das carteiras assinadas pela agropecuária. “Esse percentual pequeno é característico do setor agropecuário. Essa condição, pode ser melhorada, a partir da agregação de valor dos produtos, junto a outros mecanismos, como a facilitação no acesso a crédito pelos produtores e pelas cooperativas”, sugere a economista.

Há uma pequena expectativa da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), para o acesso aos créditos, originados pelo Plano Safra, em maior volume e menos burocrático. A entidade acredita que assim, as cooperativas poderão aumentar ainda mais sua representatividade no VBP da Agropecuária. O cenário econômico existente hoje no país não permite que grandes expectativas de rendimentos elevados para as atividades agro, sem contar a dificuldade de acesso aos créditos rurais. Além das mudanças no Plano Safra que contribui, mas mantém o acesso moroso.

Ainda com menor sensibilidade para geração de empregos, em relação ao volume de geração de produtos, a pesquisa realizada pelo grupo da UFMS, aponta também, que mesmo assim, a agropecuária supera os demais setores, como a indústria o comércio. O estudo supõe que um aumento de 10% na produção das cooperativas voltadas à agricultura, impactaria no avanço de 1,3% na geração de emprego e renda, enquanto que em outros segmentos, o acréscimo seria inferior a 1%.

Mesmo que pequena, a geração de empregos pelas cooperativas, chegou a ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) neste ano, quando o secretário geral da entidade, Ban Ki-moon, declarou que “as cooperativas desempenham um papel importante em muitas sociedades. Acreditamos que elas possam dar contribuições significativas para o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em termos de geração de emprego, erradicação da pobreza, redução da fome e da desigualdade”, declarou o líder.

A pesquisadora, Daniela, explica que beneficiando a produção agropecuária, junto a maiores estímulos governamentais, e ao fácil acesso ao crédito, poderia elevar os rendimentos e a contribuição social das cooperativas. “Projetando um aumento de 6% na produção, direcionada para o beneficiamento, tenderíamos a um acréscimo também na demanda pelo setor agropecuário de pelo menos 8,41%, com geração de emprego e renda, que apresentará uma variação superior a 10%.

Para a realização dos cálculos, o grupo de pesquisa, que integra o Departamento de Economia da UFMS, levou em consideração os dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema de OCB/MS). No primeiro semestre deste ano, os dados, que foram compilados em 2012, foram divulgados novamente pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia, do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), levando em consideração a mudança da estrutura produtiva sul-mato-grossense, que altera sob o prazo de cinco anos, fato que mantém os números atualizados.