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Esclarecimento sobre as queimadas – por Leonardo Leite de Barros

/ DIVERSOS

O pantaneiro e presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), Leonardo Leite de Barros, em entrevista para a rádio Morena FM, na última segunda-feira (28), esclareceu algumas informações sobre as queimadas no Pantanal. O Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG) compartilha o depoimento, esclarecedor, sob o ponto de vista de quem vive um dos biomas mais ricos do mundo.

 

“Esse ano infelizmente a seca foi muito severa, isso ocasiona uma série de problemas. Nós pantaneiros estamos acostumados com esses extremos, tanto a seca como a cheia, são imposições da natureza que aprendemos a conviver e respeitar. Importante a gente destacar que quem realmente controla o fogo no Pantanal são os herbívoros, principalmente o boi. O Pantanal é composto de grandes extensões de savanas, pastagens nativas, e quando essas pastagens não são consumidas, viram uma bomba relógio”, apontou Leonardo, à jornalista Jaqueline Naujorks.

 

“Você imagina uma grande quantidade de matéria seca, imensa, que não foi consumida, em regiões em que se tira o boi, como em fazendas abandonadas, por motivos das grandes enchentes, ocasionadas pelos arrombamentos do Taquari? E não posso deixar de citar a criação de parques, onde se retira o bovino, e aquilo vira uma grande bomba relógio, onde qualquer incidência de foco de incêndio acidental, natural, se transforma em uma situação incontrolável. Agora, isso não significa que nas regiões em que o boi está presente, não ocorra queimadas e incêndios”, pontuou o presidente da ABPO.

 

“Aqui no Pantanal, a comunidade pantaneira, tem uma característica de solidariedade que é muito única, se tem um foco de incêndio a comunicação chega à toda região, e toda comunidade em torno, vai para o local da ocorrência. Tem duas formas de combater o fogo: quando é muito severo entramos com todos os tratores da região, fazendo uma barreira e quando o vento sopra”, esclarece.

 

“Essa prática de fazer formação de pastagem no pantanal com fogo, na verdade ela inexiste aqui, isso é feito onde você precisa derrubar mata para plantar a pastagem. No Pantanal, não. Basicamente o que feito aqui, é a substituição de pastagem ruim, e essa substituição do ponto de vista dos incêndios, é muito benéfica, pegamos a pastagem dura, geralmente em regiões mais altas, que o gado só come quando não tem outra opção”, finaliza o pantaneiro.

 

Diego Silva/Agro Agência