Governo anuncia nesta semana novo seguro rural
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, disse nesta segunda-feira (3/8), na abertura do 14º Congresso Brasileiro do Agronegócio, que o governo federal deve anunciar nesta semana o programa piloto do modelo do seguro rural direcionado aos produtores de soja. “A ideia do novo programa é reduzir o custo para o produtor e aumentar o nível de cobertura do seguro. Estamos realizando uma mudança estrutural, em que o dinheiro público será utilizando de uma forma mais eficiente, para proteger maior número de produtores, ampliando a cobertura, mesmo num momento em que o orçamento não permite aumento no montante de recursos. A apresentação do novo formato do seguro deve ocorrer na próxima quinta-feira (6/8), conforme Nassar.
Durante seu discurso, representando a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, o secretário afirmou que o segundo corte no orçamento anunciado pelo governo federal na sexta-feira, será da ordem de 15% em relação ao orçamento de maio, uma nova redução de R$ 287 milhões na pasta. Ele ressaltou que o ajuste não deve afetar as atividades da Defesa Agropecuária. “É um corte substancial sobre o orçamento, além do que já havia sido contingenciado em maio (R$ 1,395 bilhão), mas a ministra decidiu que não será cortado nenhum centavo dos recursos destinados à Defesa Agropecuária. Todas as demais áreas vão fazer um esforço para que a Defesa Agropecuária não sofra descontinuidade em nenhum programa ou estratégia”, disse ele.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, em discurso criticou a falta de um modelo de política agrícola que atenda aos médios produtores rurais, que perdem em competitividade em relação aos ganhos de escala dos grandes empreendimentos rurais e aos custos menores da agricultura familiar. Na avaliação de Carvalho, a principal mudança para os médios produtores virá com a adoção do sistema de integração entre agricultura, pecuária e floresta (Ilpf).”Vivemos uma nova fase, com recursos naturais cada vez mais escassos; os preços das commodities agrícolas estão mais baixos. A capacidade de competir é a nossa única bússola”, disse.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em discurso defendeu uma série de reformas para reduzir o impacto do custo Brasil. Alckmin criticou a criação de novos partidos, que “fragmentam e fragilizam” a representação política, e defendeu também a reforma trabalhista, tributária e do Judiciário. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, destacou que o momento de ajustes é passageiro e que o Brasil precisa se apoiar nas atividades de base, como o agronegócio. Segundo ele, o setor é um dos que tem maior capacidade de cooperar com outras nações. Após integrar as comitivas da presidente Dilma Rousseff no exterior, o ministro afirmou que o país tem sido “reverenciado”. “O mundo pode dispensar muitas coisas, mas não energia e alimentos.”
Fonte: Revista Globo Rural