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Marinha reduz calado e paralisa escoamento de grãos da hidrovia Tietê/Paraná

/ DIVERSOS

Seca prolongada, que vem atingindo boa parte do país, está causando problemas para os produtores e também para quem depende dos rios para escoar a safra

A hidrovia Tietê/Paraná, que movimenta seis milhões de toneladas de cargas por ano, está com a navegabilidade restrita em função da estiagem e da crise no setor energético, que está direcionando a água para geração de energia em detrimento da navegação. A situação é tão grave,que a Marinha do Brasil reduziu o calado das embarcações em Buritama, interior de São Paulo, o que fez a empresa responsável pelo transporte das cargas na hidrovia anunciar a suspensão das operações.

A hidrovia Tietê/Paraná é uma importante via de escoamento dos grãos produzidos nos Estados de Goiás e Mato Grosso. Os comboios formados por quatro barcaças são carregados no município goiano de São Simão. Da cidade, percorrem mais de 600 quilômetros pelo rio, até Pederneiras, em São Paulo. Por ano, a movimentação chega a dois milhões de toneladas de grãos. Um transporte que funcionou muito bem até o inÍcio deste ano, quando começou a sentir os reflexos da pior seca das últimas décadas.

– O prejuízo é muito grande para o armador, que é o dono da embarcação, prejuízo em receita. Prejuízo também para os embarcadores, donos das carga, que deixam de usar a hidrovia, que vai usar a rodovia ou ferrovia, que têm custo maior. Essas empresas, junto com os armadores, têm contratos com os seus parceiros. Toda carga que chega a Santos é uma carga multimodal, e os contratos preveem multas quando você deixa de embarcar – diz o presidente do Sindicato das Empresas de Navegação de São Paulo, Luiz Fernando Horta de Siqueira.

O ponto preocupante da hidrovia está localizado justamente em Buritama, onde se localiza a parte mais seca do percurso. Somente comboios com 1/3 da capacidade, duas mil toneladas, conseguem ir adiante. Mesmo assim, são embarcações menores que fazem parte da frota particular das tradings. A única alternativa é esperar pelo pico de energia que faz a hidroelétrica de Anhangava liberar a água represada, o que ocorre sempre à noite. Esta situação de emergência não funciona com as barcaças tradicionais, que representam mais de 90% do transporte na hidrovia e que estão paradas há mais de 15 dias

– A hidrovia está praticamente parada. O maior armador já parou suas atividades, os que continuam, seguem com muita restrição. Essa situação se agravou depois do dia 16, está muito pior. Vamos avaliar se vale a pena o risco ou não – considera Siqueira.

 

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