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Mercado do boi gordo deve ficar firme no Brasil, prevê Scot

/ PECUÁRIA

Confinamento deve crescer a 12% este ano

O mercado do boi gordo deve permanecer firme até o fim de 2014, com os preços sustentados pela demanda maior por conta da Copa do Mundo e do aumento da renda, mesmo com o cenário de baixo crescimento e de inflação em alta. A avaliação foi feita neta quarta, dia 23, por Hyberville Neto, consultor da Scot Consultoria. 

– Apesar do PIB em retração e da inflação em alta, assumida até pelo governo, os preços devem seguir firmes por conta da oferta menor – disse o consultor, durante o Encontro de Confinamento, em Ribeirão Preto (SP).


Hyberville citou que o preço médio de abril, de R$ 124,50 a arroba, é 23,7% maior do que em igual período do ano passado e que no primeiro quadrimestre, até o momento, a alta é de 21,9% ante igual período de 2013. 

– Se considerarmos o período desde 2013, a alta na arroba foi de 25% e a inflação em torno de 6% – exemplificou.

O consultor lembrou, ainda, que em 2013 o Brasil bateu recorde, com 34,4 milhões de cabeças abatidas, alta de 10,8% ante 2012. 

– Em 2013 as exportações foram maiores e a margem de comercialização foi boa, com ociosidade baixa por conta da indústria – completou. 

Para o consultor Scot Alex Lopes, o otimismo para 2014 foi um pouco exagerado e os pecuaristas esperavam um cenário mais confortável para os consumidores às vésperas dos grandes eventos, como a Copa e as eleições. Mas o varejo não está conseguindo repassar a alta nos preços da carne para o mercado e as margens de lucro dos frigoríficos tiveram que ser reduzidas, comparadas a 2013.

– Se a gente for olhar a taxa Selic, maior desde 2011, a inflação subindo mês a mês... Está um cenário macroeconômico que não é favorável. Não permite que o consumidor pague mais pela carne a ponto de compensar o aumento de matéria-prima. Então, todo este cenário é explicado pela situação macroeconômica do país em 2014 – falou Lopes.

Confinamento de boi deve crescer a 12% este ano, diz zootecnista

O confinamento de bois deve atingir 4,3 milhões de cabeças em 2014, alta de 10,25% ante as 3,9 milhões de cabeças do ano passado, segundo levantamento da Scot Consultoria. A alta pode ser maior e alcançar 12% entre os períodos, principalmente por conta da alta menor no preço do boi magro ante o boi gordo, que traz a melhora na relação de troca ao confinador, segundo o zootecnista e diretor da Scot, Gustavo Aguiar.

Enquanto o preço do boi magro, até o momento, saltou 18,5% em 2014 ante 2013, a alta no valor do boi gordo é de 22,8%, com preços da arroba próximos aos picos históricos.

– Em Estados do Centro-Oeste, considerados chave para o confinamento, a relação de boi magro e gordo continua muito boa – disse Aguiar.

No entanto, o cenário otimista de 2014 pode ter impacto no médio e longo prazos para os confinadores por causa da alta do bezerro, de 25,3%, com preços recordes desses animais no Plano Real. 

– O mercado segue pressionado. Um animal de 12 meses e sete arrobas e meia, que custava R$ 920 no começo do ano, agora está em R$ 1.040. E esse animal logo vai chegar ao mercado – concluiu o zootecnista. 

 

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