MS sedia encontro nacional sobre plantio direto na palha na próxima semana
Bonito, no sudoeste de Mato Grosso do Sul, sedia no início da próxima semana, entre os dias 12 e 14 de agosto, o 14º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha. No evento, palestras, painéis e debates vão discutir e apresentar inovações sobre a técnica que é utilizada por cerca de 70% dos agricultores do país, segundo a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp).
O vice-presidente da entidade, Lúcio Damália, explica que a técnica possibilita o uso dos restos de vegetais de culturas anteriores e traz como benefício a proteção dos solos contra erosões e insolação. “Com o plantio direto na palha, existe a preservação da microflora e microfauna do solo”, complementa.
O pesquisador da Fundação MS, Carlos Pitol, ressalta outras qualidades atribuídas ao plantio direto, entre elas a concentração de matéria orgânica, aumentando a fertilidade do solo e, com isso, elevando a produtividade. “Isso permite também a fixação de carbono no solo e traz melhorias nas questões ambientais, com redução de insumos, economia no uso de fertilizante e, principalmente, diminuição no assoreamento de rios”, pontua.
Panorama
Segundo a Febrapdp, que promove o evento em parceria com outras entidades e instituições, um dos destaques da programação será o painel que discutirá o panorama atual e o futuro da agricultura brasileira. “No Brasil, é preciso se pensar em fatores como reformulação e planejamento das políticas públicas. Assim, o cenário pode ser mais otimista”, ressalta o ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli, que falará sobre o assunto durante o encontro.
Para manter um nível de competitividade ainda maior, Paolinelli enfatiza que é preciso dar continuidade nos investimentos em conhecimento tecnológico. “O Brasil é o único país no mundo que detém a tecnologia da agricultura tropical”, afirma, citando a integração lavoura-pecuária como instrumento capaz de aumentar a rentabilidade do produtor, valorizar a propriedade e reduzir custos de produção agrícola e pecuária.
Outro assunto que será discutido é a técnica de reposição do solo. “Definir as doses de adubo a ser aplicado na lavoura, com base na exportação de nutrientes pelas colheitas é o que pode ser chamado de reposição. A técnica pode proporcionar reduções da ordem de 50% nas doses de fertilizantes, que atualmente vêm sendo aplicadas nas lavouras do País”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardim.
A programação conta também com palestras sobre os desafios que o sistema de plantio direto enfrenta no Brasil, como: problemas fitossanitários, sustentabilidade, rotação de culturas, manejo de pragas em plantio direto, agricultura de precisão, controle biológico, integração lavoura-pecuária-floresta, relação da qualidade do solo e a presença de nematoides e a profissionalização rural, entre outros.
Fonte: Agrodebate