MS sofre desvantagens na pecuária em relação a estados vizinhos
Os pecuaristas que pretendem abater seu rebanho bovino no município de Campo Grande (MS), estão se deparando filas nos frigoríficos. Segundo o Movimento Nacional dos Produtores (MNP), o fato ocorre devido ao alto volume de animais prontos para abate e a baixa capacidade da indústria do Estado. “O tempo de espera para está maior do que o ideal. Essa fila de animais prontos para o abate, aumenta os custos e confirma a insuficiência operacional das plantas frigoríficas do Estado, que possui apenas dois grandes players”, relata o presidente do MNP, Rafael Gratão. Para o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini Filho, são necessárias medidas que igualem os prazos de abate a outras cidades. “Nossos vizinhos, Cuiabá e Rondonópolis, por exemplo, são polos na produção de gado e embarcam os animais para os frigoríficos com menos de um semana”, pontua. Entre as questões que justificam o volume de animais no Estado e impedem o abate em estados vizinhos está o ICMS. Em Mato Grosso do Sul este imposto chega a 12%, enquanto que Goiás e Mato Grosso cobram cerca de 7%, já Minas Gerais, quando em regime especial o imposto chega a 2%. “Todos esses estados rodeiam São Paulo, um dos principais centros consumidores da proteína animal. Quando somados os impostos, MS perde a competitividade e outros estados saem em vantagem, mesmo com nossa maior proximidade em relação a São Paulo e Paraná. Com um ICMS mais baixo nossas cotações colariam às médias de São Paulo”, explica Gratão. Ainda sobre o ICMS o dirigente do MNP cita o histórico de quando os 12% cobrados por MS, eram restituídos em São Paulo, em formato de crédito, processo bloqueado pelo então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Questionado sobre o valor da arroba em MS, na casa dos R$ 128, o presidente do MNP aponta a qualidade e retifica com o ágio em relação a cotação de São Paulo, por exemplo. “Deveríamos ter uma arroba um pouco mais valorizada, justamente devido a qualidade do produto que apresentamos à indústria e ao consumidor. Trabalhamos com animais castrados, o que acarreta maior valor agregado, além de estarmos próximos de grandes centros. Mas ainda assim, considerando o deságio de 9%, em relação a média paulista”, afirma. “É um valor muito abaixo em relação a média São Paulo para um produto tão bem acabado. O deságio em Goiânia e Rondonópolis, em relação a São Paulo, equivalem a 7%. Mais uma situação que desprestigia o pecuarista sul-mato-grossense e que precisa de iniciativas públicas e privadas que possam reverter o quadro”, finaliza o presidente do MNP. Fonte: MNP - Agro A