Mudança no juro do crédito agrícola traz expectativa ao setor
Agora é uma questão de tempo até o governo anunciar formalmente o reajuste das taxas de juro para as linhas de crédito agrícola. A projeção da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, é de que as novas tabelas de valores saiam até quinta-feira. Na terça-feira, ela se reuniu mais uma vez com o titular da Fazenda, Joaquim Levy.
Está claro que a taxa vai subir, dentro do cenário de ajustes que vêm sendo feitos na economia. A expectativa é saber quanto.
Nas linhas para investimentos - que incluem, por exemplo, a compra de máquinas - já houve mudança. Desta vez, a alteração englobará o crédito para pré-custeio e custeio antecipado, usado na compra de insumos para a próxima safra de verão. Depois de anos de juros reduzidos, essa será uma virada de chave significativa.
- Alta de juro para o setor produtivo nunca é boa. Onera, mas não é a única variável do custo de produção. É um dos componentes e depende sempre do projeto -observa Orlando Müller, presidente da Sicredi RS-SC.
A orientação da entidade aos associados é para que não fiquem dependentes do crédito. Uma elevação de juro poderá fazer com que os produtores usem mais recursos próprios.
Gerente de mercado agronegócio da superintendência estadual do Banco do Brasil, João Paulo Comerlato diz que há expectativa dos agricultores em relação às linhas de pré-custeio e custeio antecipado para a produção de verão. Nas linhas de custeio para o inverno, com juro definido a 6,5%, a procura segue normal, com recursos disponíveis.
- Nas máquinas, quando houve o anúncio de alta do juro do Moderfrota, na Expodireto, houve uma corrida pelo financiamento - relata Comerlato.
Nas contas das novas safras, mais do que nunca, será necessário apropriar-se da administração e do gerenciamento da propriedade, movimento que já vem sendo feito.
- O produtor tem consciência de que vai ter de guardar gordura - pondera Müller.
Fonte: Zero Hora