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Pastagem ainda é o principal alimento do rebanho brasileiro

/ PECUÁRIA

Mesmo a pastagem sendo o principal alimento de 97% do rebanho brasileiro, ainda não há o cuidado devido. Segundo especialistas, 80% das pastagens cultivadas se encontram em algum estado de degradação em áreas com solos degradados.

Esse descaso é algo cultural que as instituições de pesquisa tentam mudar. Há diversas espécies em desenvolvimento. A Embrapa Gado de Corte, com sede em Campo Grande, lançou durante a feira Dinâmica Agropecuária (Dinapec) uma nova variedade de forrageira para pastagem, a Panicum ymaximum híbrida BRS Tamani.

Segundo a pesquisadora Liana Jank, líder da equipe responsável pelo trabalho de desenvolvimento, a BRS Tamani tem porte baixo, com muitas folhas e perfilhos, que proporcionam boa cobertura de solo e alto valor nutritivo. “É um capim de fácil manejo, indicado para solos de média a alta fertilidade, sendo importante opção para sistemas de produção no bioma Cerrados”, diz a pesquisadora.

O bom estabelecimento quando implantada, é outra vantagem observada no ensaio de pastejo, que realizado no Cerrado do Distrito Federal. “Lembrando que apresenta baixa tolerância ao encharcamento do solo e, portanto, não é indicada para áreas sujeitas a alagamentos temporários”, acrescenta a pesquisadora.

O desempenho da BRS Tamani, que deve chegar ao mercado em agosto deste ano, demonstra elevada capacidade produtiva, com a vantagem de oferecer forragem de melhor valor nutritivo quando comparada à cultivar Massai.

Ela explica que, analisada em parcelas sob cortes manuais, esta variedade de forrageira, alcançou a produção anual de 15 toneladas/hectare de matéria seca de folhas em Campo Grande. “Essa experiência em rede conduzida em sete locais, a forrageira destacou-se pela maior porcentagem de folhas que as cultivares Tanzânia-1 e Massai e pela qualidade da forragem, tendo apresentado 9% mais proteína bruta que a Tanzânia, durante o ano, e 3% maior digestibilidade no período de chuvas”, destaca.

A Proteína Bruta (PB) das plantas forrageiras em geral inclui tanto a proteína verdadeira quanto a do nitrogênio não proteico (NNP). A proteína verdadeira dependendo da maturidade da planta, que pode representar até 70% da PB nas forragens verdes, 60% da PB do feno, e bem menores proporções no caso da silagem. O NNP inclui substâncias tais como glutamina, ácido glutâmico, asparagina, ácido aspártico, ácido gama-amino-butírico, ácidos nucléicos e pequenas quantidades de outras substâncias nitrogenadas tais como o próprio nitrato, que se constitui em componente cuja presença a níveis elevados nas forrageiras, requer especial atenção, em virtude dos seus efeitos tóxicos sobre os ruminantes. Existe ainda, uma pequena proporção de NNP que é insolúvel, pois está associada a lignina na parede celular, sendo de baixa disponibilidade ao processo digestivo dos animais, e que representa cerca de 5 a 10 % do nitrogênio da maioria das forragens.

Por isso, o conhecimento da área é importante, porque permite selecionar forrageiras adaptadas a cada um dos diferentes segmentos da paisagem. A análise do solo, para fins de análise de sua fertilidade, constitui-se numa das práticas mais essenciais do processo produtivo, principalmente quando se pensa na utilização intensiva e racional dos solos.

Fonte: AgroEditorial