Pesquisador brasileiro avança no desenvolvimento de tecnologias para agricultura
Primeiro, o engenheiro agrônomo Mateus Marrafon criou uma tira de fibras de celulose que contém a quantidade certa de sementes, já dispostas com o afastamento adequado - ao agricultor, caberia apenas enterrar a fita no solo. Depois, ele criou a semeadora de fita que planta essa fita no solo e faz o processo de adubação em sulco de plantio – possibilitando ainda mais melhorias dos processos para os pequenos agricultores.
Agora, Marrafon testa as soluções no Brasil e em Cabo Verde, na África. “O objetivo ao agricultor não apenas novas tecnologias, mas conhecimento, que poderá ser transformado em mais qualidade de vida”, afirma o pesquisador, complementando que “atualmente, é preciso aumentar a eficiência de produção, produzindo mais com menos insumos e menor agressão ao meio ambiente. O Brasil tem papel extremamente importante no fornecimento mundial de alimentos e precisa também ocupar esse posto em pesquisas e transmissão de conhecimento”.
De acordo com Marrafon, para o pequeno produtor, o posicionamento das sementes no plantio é um grande desafio, uma decisão capaz de determinar a produtividade do terreno. Próximas demais, as sementes germinam competindo entre si por alimento. Mais afastadas do que o necessário, a produtividade para um mesmo espaço de terra cai. "Os pequenos agricultores geralmente plantam do jeito que seus avós sempre plantaram e dificilmente têm um agrônomo para ajudar e regular a máquina. Com a fita a gente garante que ele plante a melhor quantidade de sementes para a área que tem", explica.
Para chegar até a fase de testes, foram necessários sete anos de pesquisas com recursos de universidades e empresas brasileiras e mais dois anos garantidos pelo incentivo conquistado por meio do programa Grand Challenges Explorations (GCE) da Fundação Bill & Melina Gates – um aporte de U$ 100 mil.
Atualmente Marrafon desenvolve diversas pesquisas em um espaço pessoal, sem ligação com universidades ou instituições de pesquisa. Seu objetivo principal é promover o uso da fita para pequenos produtores, para combater a fome no Brasil e na África, por meio do desenvolvimento da agricultura familiar.
Entre as novidades já patenteadas, à espera de oportunidades, estão um dosador de adubo e sementes miúdas de dupla esteira, distribuidora de produto a lanço com sistema abafador de água e pulverizador. Outras linhas de pesquisas têm atenção voltada para o desenvolvimento de dosadores de sementes para semeadoras, colhedora e plantadora de cana.
Fonte: Fonte Comunicação