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Portugueses são homenageados em cerimônia festiva na Câmara

/ DIVERSOS

Filha de João Figueiredo, a diretora-presidente do Correio do Estado acompanhou a homenagem

 

Lucas Junot

Perto da data em que se comemora o Dia da Comunidade Portuguesa em Campo Grande, celebrado anualmente em 10 de junho, a Câmera Municipal homenageou, na última quarta-feira (3), 29 portugueses que participaram diretamente da construção e progresso da Capital de Mato Grosso do Sul.

Entre os homenageados está João Figueiredo, pai da diretora-presidente do Correio do Estado, Ester Figueiredo Gameiro, e também da ex-secretária estadual de saúde, a médica Beatriz Figueiredo Dobashi, e do músico João Figueiredo Júnior.

Beatriz Dobashi recebeu a homenagem em memória de seu pai, que veio para o Brasil aos 15 anos de idade, em uma viagem que durou 17 dias. Desembarcou em Santos (SP) e depois foi atraído pela já promissora Campo Grande, à época no sul do grande Mato Grosso.

Para Dobashi, a homenagem tem importância sentimental porque seu pai veio para Campo Grande e aqui se estabeleceu profissionalmente e com sua família. "Receber essa homenagem póstuma tem uma importância muito sentimental para família", declarou. Ainda de acordo com a médica, a família não mantém tradições portuguesas, mas sempre se reúne no Clube Estoril. Ela disse também que gosta das músicas e da comida portuguesas.

O cônsul de Portugal na Capital, presidente da Associação Luso-Brasileira de Campo Grande, Fernando Santos Gonçalves, destacou a saga dos imigrantes portugueses. " Viemos atrás do que não encontramos em nosso país. Nos esforçamos para dar ao Brasil o melhor de nós e, mesmo com saudades da nossa terra, nenhum de nós hoje deixaria o Brasil. É aqui que formamos família, criamos nossos filhos e é aqui que vamos morrer", frisou.

Proponente da solenidade e autor da resolução que incluiu a data no calendário municipal de Campo Grande, o vereador Paulo Siufi (PMDB) lembrou as dificuldades econômicas pelas quais Portugal passou. "Em outras solenidades falávamos da nossa preocupação com a situação de Portugal, hoje o país deu a volta por cima, está muito bem franqueado entre as nações européias", lembrou o parlamentar.

Sobre a homenagem póstuma, a descendentes Luciana Veríssimo Gonçalves disse que "essas homenagem, em nome de nossos parentes já falecidos, tem um significado muito especial. Não pensem que os que para  aqui migraram vieram a passeio. E justamente, em busca de melhores condições de vida, que nosso parentes deixaram seus lares. Com coragem e determinação, vieram os primeiros portugueses para Campo Grande".

O evento foi abarto com uma apresentação do grupo Cantares de Portugal e contou com representantes de classe.

Conforme dados do Consulado português, aproximadamente 2,5 mil portugueses moram em Mato Grosso do Sul. Destes, 2 mil reside na Capital.

O Dia da Comunidade Portuguesas em Campo Grande foi instituído pela Lei n° 3.389/1997 e pela resolução 1.115/2010.

Biografia e história

João Figueiredo nasceu em Mortágua, em Portugal, no dia 3 de agosto de 1907. Ele chegou ao Brasil em 1922, aos 15 anos e, em 1951, foi trabalhar na S.A. Indústria Reunidas Francisco Matarazzo. Em Janeiro de 1961, João se mudou com sua família para o Edifico Adelaide, localizado na Rua Cândido Mariano, que ficou conhecido como "Figueiredo da Matarazzo".

Os primeiros integrantes da Colônia portuguesas chegaram ao sul do Estado de Mato Grosso, ainda não dividido, atraídos pela construção da Estrada de Ferro, na busca de novos horizontes para seus negócios e suas vidas.

Isso, após o desembarque nos grandes portos (Rio de Janeiro, Santos e até mesmo na Argentina e Corumbá), a maioria de imediato penetrou num mundo novo, com parte do trajeto sendo feito por rios ou ferrovia, cavalos, e até mesmo a pé, chegando ao antigo Mato Grosso e, consequentemente, à então pequena cidade de Campo Grande, que, na década de 1910, já era uma terra promissora.

Associação

A comunidade portuguesa mantém a Associação Luso-Brasileira, mais conhecida como Clube Estorial. O local foi fundado em 14 de junho de 1929, com a denominação de Centro Beneficente Português, pelos primeiros integrantes da Colônia Portuguesa.

A decisão de criar o precursor da Associação Luso-Brasileira levou em conta a realidade da época, quando se comunicar com o resto do mundo era uma das tarefas mais difíceis. Os imigrantes e luso-descendentes, saudosos da terra natal, sentiam a necessidade de manter vivas as tradições que trouxeram da pátria mãe, idealizando, assim, um espaço onde podiam reunir-se e partilhar o saudosismo. 

 

Fonte: Correio do Estado