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Produtor do primeiro doce de leite com Selo Arte do Brasil debaterá no Interagro

/ DIVERSOS

Wilson Igi participará de debate com representante da MilkPoint, no dia 9 de junho, na sede do Sindicato Rural de Campo Grande

 

O Interagro que ocorrerá de 8 a 11 de junho, destinou um dia inteiro para debater a pecuária leiteira. Será no dia 9 de junho, das 8h às 19h30. Entre as palestras estão “as perspectivas para o mercado do lácteo em 2022”, que será ministrada por Valter Bertini Galan, da Milk Point, e o “Índice do leite de MS e a importância dos indicadores dos preços pagos ao produtor”. Ambas acontecerão pela manhã, seguida por um debate com Wilson Igi, diretor do Sindicato Rural de Campo Grande, que obteve o primeiro Selo Arte do Brasil para doce de leite.

 

As inscrições para o evento são gratuitas pelo site www.interagro2022.com.br e a programação completa pode ser conferida no mesmo site.

 

Produção de queijo artesanal, cria e recria de bezerras leiteiras, controle da produção, eficiência do compost barn, inovação e tecnologia serão outros temas abordados no dia 9 de junho, que fechará com a palestra do ex-presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann, que apresentará oportunidades, desafios os principais avanços da pecuária.

 

Doce de leite Ponto Alto

 

Localizada em Nova Alvorada do Sul, a Estância Alvorada do produtor rural, Wilson Igi, é a primeira propriedade do Brasil a receber o Selo Arte para doce de leite. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desde 2019, quando o Selo Arte foi regulamentado, 52 Selos Arte foram  concedidos, sendo a maioria para produtores rurais de Minas Gerais, grandes produtores de queijo. O doce de leite Ponto Alto, de Mato Grosso do Sul, é o primeiro da categoria a receber o Selo.

 

O Selo Arte é a forma de regularização dos produtos alimentícios de origem animal, que precisam ser produzidos de forma artesanal. Somente após a conquista deste selo o produtor pode comercializar seus produtos para outros estados.

 

“Foi um longo trajeto até a conquista do Selo Arte. Quando comercializávamos apenas o leite, poucas vezes recebíamos pela qualidade, pagavam apenas pelo volume. Foi então que decidimos agregar valor ao leite e, entre o queijo e o doce de leite, optamos pelo produto mais valorizado e com menor concorrência no mercado”, explica Igi.

 

Quando comercializávamos apenas o leite, poucas vezes recebíamos pela qualidade, pagavam apenas pelo volume. Foi então que decidimos agregar valor ao leite e, entre o queijo e o doce de leite, optamos pelo produto mais valorizado e com menor concorrência no mercado”, explica Igi.

 

Para atingir a qualidade esperada no leite o produtor optou pelo cruzamento. “Iniciamos com um lote de Girolando, na sequência um lote de Jersey, até que chegamos na qualidade desejada com o cruzamento dessas duas raças”, pontua. “Para quem nunca tinha produzido doce na vida, o desafio era aprender fazer. Para isso fomos fazer curso no Instituto Cândido Tostes, em Juiz de Fora (MG)”.

 

Antes da construção da fábrica, foi construída uma cozinha experimental para pôr em prática o que aprenderam no curso. Distribuíram para degustação e pesquisa mais de 400 potes de doce à possíveis consumidores e autoridades locais. “A pesquisa nos mostrou que o público tinha mais interesse em um produto de cor escura, consistência cremosa, sabor suave, menos açúcar e muito brilho. Com a fábrica pronta, fomos para Lambari (MG) buscar nosso tacho de 100 litros. Nesse período tivemos de doar muito doce, até chegar no formato que queríamos”, sinalizou Igi.

 

No final do processo para obtenção do Selo Arte se depararam com algumas burocracias, que foram resolvidas pelo presidente da Iagro de MS, Daniel Ingold. A legislação que regulamentou o artesanal no estado foi a mesma do Mercosul. Agora temos o reconhecimento de um produto daqui, da gente, de Mato  Grosso do Sul”, pontuou o produtor rural.

 

Diego Silva / Agro Agência