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Produtores e trabalhadores rurais recebem treinamento para restauração ecológica, em nova etapa do Programa Manancial Vivo

/ MEIO AMBIENTE

A primeira etapa, de aula teórica, do curso sobre restauração ecológica, referente a nova etapa do Programa Manancial Vivo, foi realizada na sede do Sindicato Rural de Campo Grande, na última segunda-feira (16).

Em seguida, em uma propriedade rural, distante 50 km da Capital, produtores rurais e funcionários fizeram o plantio de mudas nativas utilizadas na restauração ecológica de APP`s – Área de Preservação Permanente, na Bacia do Guariroba.

Desde 2010, a Bacia do Guariroba, responsável por 50% do abastecimento de água da Capital, tem recebido ações para recuperação e preservação de APP- Áreas de Preservação permanente.

“É muito gratificante fazer parte de um projeto tão importante e de tantos resultados positivos. Colocar a Capital como referência na preservação de um bem tão precioso, como a água, é mostrar a preocupação do nosso produtor com a sustentabilidade. Enquanto o país sofre com baixos índices dos reservatórios pelo país, nós, aqui, vemos nossa fonte mais preservada a cada dia, graças a um esforço conjunto e, principalmente, a conscientização e o trabalho do produtor rural”, enfatiza Ruy Fachini Filho, presidente do Sindicato Rural de Campo Grande.

Os trabalhos são desenvolvidos pelo Programa Água Brasil, que é uma parceria entre o Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil, Agência Nacional de Águas e WWF-Brasil em conjunto com o Programa Manancial Vivo, desenvolvido pela Semadur – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, em parceria com o Sindicato Rural de Campo Grande, IBAMA, ARCP Guariroba, OAB-MS, Águas Guariroba, IMASUL, universidades e outras instituições.

A capacitação foi oferecida aos produtores beneficiados nesta nova fase do programa. A analista de conservação da WWF-Brasil, Flávia Accetturi Szukala Araújo, explica que: “a bacia do Guariroba foi dividida em 5 regiões. De 2010 a 2016 foram realizadas ações nas sub-bacias do Guariroba e Saltinho. De 2017 a 2019 serão realizadas ações nas demais “Tocos, Rondinha e Reservatório”, desta forma estamos ampliando o Programa para toda bacia.  Neste primeiro momento, 6 produtores e funcionários estão passando por capacitação com a equipe que irá acompanha-los, mas a nossa expectativa é de atender 34 produtores”, explica Araújo.

O trabalho feito neste período de chuvas de 2017/2018 compreende uma área de 27 hectares. As aulas prática e teórica foram ministradas pela bióloga Vivian Ribeiro Baptista Maria. Segundo ela, “a principal intenção é nivelar o conhecimento entre os produtores para que a gente possa adotar as mesmas metodologias em todas as propriedades. A prática é muito importante porque cada detalhe pode fazer a diferença entre o bom resultado ou o fracasso do projeto. Levando-se em consideração a importância de um trabalho como este em uma propriedade, é fundamental garantir que não haja erro, para não perder tempo, nem dinheiro”, afirmou a instrutora.

 

O diretor da ARCP-Guariroba - Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia do Guariroba, Wardes Lemos, participou da capacitação. Segundo ele, “o apoio técnico é fundamental. Esta sempre foi uma grande luta minha na associação. Já aconteceu comigo de comprar a muda, comprar o adubo e o funcionário errar na dosagem, ou esquecer de regar e perder tudo. Isso é algo que não pode acontecer. Nós estamos muito dispostos a colaborar e preservar essa riqueza, e por isso, tudo tem de ser feito com muito cuidado” disse o Lemos.

Com o apoio do programa o produtor consegue subsídios. “Por exemplo, uma propriedade que possui 10 hectares para restaurar de APP, o programa irá restaurar 4 hectares e o produtor 6 hectares com apoio técnico. Os recursos são da Agencia Nacional de Águas e da Fundação Banco do Brasil”, esclarece Araújo

Pagamentos por Serviços Ambientais - PSA

“O produtor recebe o Pagamento por Serviços Ambientais através de editais que são lançados pela Semadur. Após o produtor demonstrar interesse, uma equipe do programa visita a propriedade e elabora o projeto individual da propriedade.  É um documento com as adequações necessárias e metas a serem cumpridas. Com base nesse projeto é firmado o Contrato de PSA com a SEMADUR para que o produtor possa receber anualmente de acordo com o que estiver implementado no campo”, esclarece Araújo.

Para o PSA, os valores pagos são na ordem de até: R$ 80,00/ha para as ações de conservação de solo, R$ 160,00/ha para as áreas restauradas; R$ 250,00 para as áreas com remanescentes floresta.

 

 Tarcísio Silveira – Agro Agência Assessoria