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Produtores rurais de MS apostam em diversificação e inovação para 2025

/ AGRICULTURA
O setor enfrentou uma combinação de fatores climáticos e econômicos

O ano de 2024 foi marcado por adversidades severas no agronegócio de Mato Grosso do Sul. De acordo com Alessandro Coelho, presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), o setor enfrentou uma combinação de fatores climáticos e econômicos que comprometeram a produtividade e a sustentabilidade financeira dos produtores.

 

"A produtividade veio muito mais baixa do que as convencionais, em especial a soja e o milho. Sofremos com safra, safrinha, e os preços das commodities também derreteram nesse mesmo período", explica Coelho. A situação impactou quase todos os setores, com exceção da cana-de-açúcar e do eucalipto. Mesmo culturas promissoras, como a laranja, enfrentaram dificuldades para se estabelecer devido às altas temperaturas.

 

A globalização e os estoques mundiais contribuíram para um descompasso econômico. "Tivemos pedidos de recuperação judicial de empresas que não esperávamos, e o impacto dos custos dolarizados nos insumos agravou a situação", destaca Coelho. Apesar disso, o mercado internacional tem mantido a carne brasileira competitiva, impulsionado por sua qualidade e custo.

 

Embora a diversificação tenha sido uma estratégia adotada por muitos produtores, o clima adverso em 2024 evidenciou sua vulnerabilidade. "Vamos ter que buscar novas alternativas", sugere Coelho, apontando para a necessidade de inovação e maior colaboração com instituições de pesquisa, como a Embrapa.

 

A suinocultura, em particular, desponta como um segmento dinâmico e eficiente. "A suinocultura do Mato Grosso do Sul não é a suinocultura do Brasil; é a melhor de todas", afirma Coelho, ressaltando a integração de práticas sustentáveis, como a fértil irrigação, e o baixo carbono da atividade.

 

Com a entrada de novas linhas de crédito, como o FCO Leite, Coelho acredita que a bovinocultura de leite pode se transformar em uma alternativa viável, especialmente para pequenos e médios produtores. "Esse segmento tem o potencial de reaquecer a economia rural, mas exige dedicação e infraestrutura adequada", pondera.

 

Para enfrentar o calor extremo e melhorar a produtividade, tecnologias de controle de temperatura e manejo adequado se tornam indispensáveis. "Assim como nós queremos ar-condicionado em casa, os animais também precisam de condições de conforto para produzir de forma eficiente", observa.

 

Apesar dos desafios, o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande mantém a esperança de que 2025 traga dias melhores. "Já estamos vendo a arroba retornar aos preços de 2022, mas o produtor precisa estar atento às oscilações. Com o apoio certo, podemos superar essas dificuldades e retomar o crescimento", conclui.