Riqueza que sai do campo
Em plena campanha eleitoral, quando os debates sobre os programas de governo dos candidatos ganham força, surge mais uma boa notícia relacionada ao agronegócio brasileiro. A produção de grãos no Brasil deve chegar a 193,47 milhões de toneladas, volume que é aproximadamente 2,6% superior à safra passada. Os números integram o 11º levantamento de grãos da safra 2013/2014, divulgado na sexta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa estimativa é um pouco menor que a do levantamento divulgado em julho que indicava 193,87 milhões de toneladas).
A soja continua sendo o carro-chefe das riquezas do campo apresentando incremento de 5,1% na produção, o equivalente a 4,16 milhões de toneladas. O trigo teve aumento de 35,7%, o que representa cerca de 2 milhões de toneladas. O crescimento dessa cultura se deve ao aumento de 20,7% na área plantada e às melhores condições climáticas, principalmente no Paraná, segundo a Conab.
O feijão registrou aumento de 635,9 mil toneladas, cerca de 22,7%. O milho total (primeira e segunda safras) sofreu queda de 3,6% (cerca de 3 milhões de toneladas), devendo chegar a 78,55 milhões de toneladas. A redução é reflexo da diminuição da primeira safra, uma vez que o plantio da segunda safra se manteve estável.
E os índices poderiam ser ainda mais positivo, porém os problemas climáticos foram um dos fatores que contribuíram para que isso não acontecesse, O problema levou, por exemplo, à redução de 2,9 milhões de toneladas na colheita de milho, entre o quarto levantamento e o atual. Outro fator foi a opção dos produtores de plantarem soja no lugar do milho. A cada ano, a produção do milho primeira safra tem caído, o que, de uma certa forma, preocupa a Conab e deve merecer maior atenção.
O total de área destinada ao plantio de grãos deve chegar a 56,85 milhões de hectares, o que significa alta de 6,1%, se comparado à área de 53,6 milhões de hectares da safra passada.
A Conab fez a pesquisa entre os dias 20 e 26 de julho. A companhia também divulgou levantamento da safra da cana-de-açúcar que, em 2014/15, deverá chegar a 659 milhões de toneladas, volume semelhante ao do período anterior. Houve elevação da área de corte, que passou de 8,8 para 9,1 milhões de hectares.
Não é nenhuma surpresa os números positivos. O campo sempre deu sua grande contribuição para a riqueza brasileira, mas continua carente de políticas mais arrojadas, que priorizem as questões regionais. O momento pelo qual passa o Brasil é ideal para discutir essa questão, fazer com que o futuro presidente, os futuros governadores e as futuras bancadas possam, de uma vez por todas, priorizar o setor agrícola pois o retorno, como já colocamos, é certo e positivo.
Fonte: A Gazeta