Setor de máquinas agrícolas aguarda com otimismo o Moderfrota
Montante de recursos para os financiamentos do Moderfrota passou dos R$ 160 milhões no ciclo passado para R$ 3,5 bilhões na safra 2014/2015
O volume de crédito destinado ao Moderfrota na comparação com 2013 mostra a retomada do mecanismo pelo governo. Montante de recursos para os financiamentos do programa passou dos R$ 160 milhões no ciclo passado para R$ 3,5 bilhões na safra 2014/2015. A taxa de juros também teve aumento e agora oscila entre 4,5% e 6% ao ano, dependendo da renda do produtor. Juros idênticos ao do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), até hoje é preferido pelos agricultores.
Associar um programa de investimentos ao Plano Safra já era uma reivindicação antiga. Por mais que o PSI ofereça vantagens ao produtor, sempre esteve ligado ao ano fiscal do governo e foi apontada como a maior dificuldade pelo setor.
– A grande diferença é o seguinte: o setor reivindicava uma linha de financiamento que fosse atrelada ao Plano Safra. Até agora a gente tem utilizado o PSI, que têm atrativas, mas está relacionado ao ano fiscal do governo. Significa que em dezembro é preciso refazer a nova linha de financiamento. Isto dá uma parada de no mínimo 30 dias entre reunião do Conselho Monetário nacional, Portaria do Ministério da Fazenda e a regulamentação do BNDES. Em dezembro, a partir do dia 10 até o final de janeiro, os financiamentos foram interrompidos dando grande ato e uma confusão nos meses seguintes. Então a Anfavea, Abimaq e Fenabrav solicitaram ao Ministério da Agricultura e ao BNDES, que se incorporasse o PSI rural ao Plano Safra, foi o que foi feito com a volta do Moderfrota – explica o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego.
O vice-presidente de marketing da AGCO do Brasil, companhia dona de duas grandes marcas, Bernhard Kiep, conta que 80% das vendas de maquinários são realizadas por meio do PSI. A retomada do Moderfrota deve, segundo ele, deixar o cenário mais positivo.
– O PSI foi muito importante para nós, mas o Moderfrota é a nossa tradicional ferramenta de vendas na parte agrícola. Tanto no Moderinfra, como outras áreas dele voltam no fundo, para casa do BNDES, e voltam no ano calendário agrícola. Esta é a mudança que nós consideramos muito positiva e que vai tirar aquele estresse do final do ano para janeiro, onde existe a demanda muito grande de colheitadeiras – salienta Kiep.
Somado ao valor destinado ao PSI – R$ 6 bilhões – ao Plano Safra, estão disponíveis R$ 9,500 bilhões para financiamentos.
– É um valor significativo e para ter uma ideia, o setor de implementos agrícola coberto pela Abimaq tem um faturamento de 10 bilhões por ano. Isso transmite confiança, dá um horizonte de planejamento melhor para o produtor. O produtor vai ter mais segurança para fazer investimentos. Vai contribuir para aumentar a mecanização agrícola do país, e com isto aumentar a produtividade – destaca o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza.
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