Pular para o conteúdo principal

Sindicato segue com apresentação de demandas aos pré-candidatos ao executivo da capital

/ DIVERSOS

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Alessandro Coelho, segue apresentando uma série de demandas aos possíveis candidatos a prefeito da capital sul-mato-grossense. Até o fechamento desta edição da revista, seis pré-candidatos já tinham se reunido com o presidente, de forma presencial ou virtual, com a garantia de que incluiriam todas as demandas no plano de governo ou de forma parcial.

 

No mês de junho, as mesmas demandas foram entregues aos candidatos: Esacheu Nascimento, Partido Progressista (PP); Marcelo Miglioli, pelo Solidariedade, e ao candidato à reeleição, Marquinhos Trad, pelo Partido Social Democrático (PSD), representado por seu secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Herbert Assunção.

 

Já no último mês, foi a vez do Sérgio Harfouche (Avante), Márcio Fernandes (MDB) e André Salineiro (Avante). Este último revelou ainda não ser definitiva sua candidatura e considerou a possibilidade de ser vice, na mesma chapa que Harfouche.

 

“Queremos somar com os pré-candidatos, mantendo ou aumentando a força da secretaria que responde pela agropecuária do município. Acreditamos que conseguimos formatar, juntos, uma melhor proposta para o plano de trabalho dos candidatos”, esclarece Alessandro Coelho, que teve a iniciativa de apresentar as propostas ao elegíveis.

 

 

Durante as reuniões, o presidente foi enfático ao solicitar apoio aos pequenos produtores rurais. “Eles precisam de investimentos relativamente baixos, com giro de 50 a 60 dias, diferentemente das commodities, como a silvicultura, a carne e grãos”, sinaliza. “Mato Grosso do Sul tem uma tradição muito voltada à pecuária de corte e isso às vezes atrapalha, levando em consideração que para se ter uma pecuária rentável é preciso investir na terra e muitos dos produtores não estão dispostos”.

 

Entre as propostas do SRCG aos pré-candidatos está o fortalecimento do cinturão verde, com um programa de irrigação em que o executivo colaboraria com 50% dos custos e o produtor com a outra metade. “É preciso criar um protocolo de produção e de implantação, que dê um norte aos pequenos produtores, que os ajudem a vender e mostre para quem vender”, completa o presidente.

 

“O Sindicato mudou de perfil. Tem de prestar serviço e ser cada vez mais útil ao produtor, desviando apenas do viés político, de representatividade”, salienta Alessandro.

 

Outra demanda reforçada pelo SRCG é o apoio à cadeia leiteira. “Laticínios devem fechar, estão com capacidade ociosa. Falta incentivo ao produtor. Caso atendêssemos somente as escolas municipais, de ensino fundamental da capital, o leite produzido aqui não seria suficiente”, propõe o presidente, que também indagou a cobrança por impostos sobre a terra nua. “Não deveria ser como ocorre hoje e sim o inverso. Quanto mais se investir na terra, menos se pagar de ITR”, completa.

 

 

Sérgio Harfouche esclareceu que tem pleno interesse em desenvolver emprego na zona rural e valorizar a classe. “Apesar de uma baixa população rural, acreditamos que a zona rural de Campo Grande pode gerar oportunidades de renda superior à cidade”.

 

Ele ainda se mostrou favorável à criação de um centro de distribuição municipal. “É essencial que os produtores locais tenham maior dinamismo na distribuição e comercialização dos seus produtos. Temos que tornar os produtores cada vez mais eficientes, dentro e fora da porteira, mostrando alternativas de mercado e incentivando sua rentabilidade”, sinaliza Harfouche.

 

Segundo Alessandro Coelho, Campo Grande, possui cerca de 1,3 milhão de hectares na zona rural, sendo 75% preenchida de pequenas propriedades, ou seja, com até quatro módulos fiscais, sendo que cada módulo fiscal da região corresponde a 15 hectares. Com esses dados ele justifica o suporte ao pequeno produtor e chega a citar um projet, em andamento voltado aos produtores de leite.

 

“Propomos a criação de uma queijaria, capaz de atender até sete produtores rurais, tudo com serviço de inspeção municipal, com o potencial de ampliar. Cada produtor utilizaria a queijaria por um dia, criando um revezamento saudável e favorável economicamente”, esclarece Coelho.

 

 

Marcio Fernandes confirmou a inclusão de todos os pontos sugeridos pelo Sindicato em seu plano de governo. “Falamos aqui de políticas públicas para pequenos, médios e grande produtores. Vamos incorporar todas as sugestões no plano de trabalho e fortalecer a secretaria ligada à agropecuária, dando toda a assistência necessária ao produtor rural”.

 

 

 

O pré-candidato pelo Avante, apesar da possibilidade de se tornar vice do Harfouche, fez questão de confirmar a inclusão das demandas no plano de governo e propôs a criação de reuniões in loco, com a possibilidade de debates entre os candidatos. “E independente da candidatura, já me proponho como vereador a dar andamento em algumas dessas questões propostas pelo Sindicato Rural. Posso apresentar ao prefeito Marquinhos para que possamos dar início em alguns desses projetos”, confirma André Salineiro.

 

“Sobre o valor da terra nua, dá para batermos em cima. O agro depende basicamente do Estado e da União e não pode ser assim”, pontua. “Ainda sobre o centro de distribuição, é uma ideia fantástica”, elogiou Salineiro ao presidente do SRCG.

 

Durante o mês de agosto outros pré-candidatos serão convidados para reunião com os diretores do SRCG e receberão as demandas. A proposta da entidade é marcar novos encontros, próximo da data das eleições para prestigiar o plano de governo dos candidatos e verificar as reais propostas para o setor.

 

Diego Silva/Agro Agência