Pular para o conteúdo principal

SRCG discorda de importação de gado do Paraguai

/ DIVERSOS

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Alessandro Coelho, se pronunciou nesta segunda-feira (8) discordando sobre a importação de gado do país vizinho, Paraguai, pelas indústrias frigoríficas sul-mato-grossenses, que confirmam a falta de animais locais para abate.

 

Sinalizando o tema como uma pauta delicada, o presidente confirma que compreende a situação dos frigoríficos e suas necessidades, mas que o tema precisa de cautela. “Trata-se de uma questão a ser pensada e analisada, tendo em vista que por várias vezes os pecuaristas de Mato Grosso do Sul foram prejudicados pelas altas dos preços no Paraguai e, nunca ocorreu exportação de gado para o Paraguai, quando houve falta de oferta no país vizinho”, esclarece.

 

“A indústria paraguaia conseguiu superar os problemas, quando houve queda no rebanho do outro lado da fronteira. Entendemos a situação das indústrias de MS, sabemos das dificuldades e insuficiência de produto, tendo em vista que além de não ter boi pronto e acabado, também temos problemas logísticos nesta época do ano, de estradas, isso acaba prejudicando o escoamento da produção e a chegada de insumos para acabamento deste gado. Acreditamos, como pecuarista, que a solução é temerária e que pode vir a prejudicar, o futuro os pecuaristas do Mato Grosso do Sul”, pontua Alessandro Coelho.

 

O presidente ainda destaca que os custos de produção da pecuária do Paraguai são bem inferiores aos praticados no Brasil, o que gera uma concorrência injusta. “Uma abertura de mercado nesses moldes, pode acarretar desestímulo ao pecuaristas sul-mato-grossenses, tanto econômico, como social. Sem citar que isso impactaria a produção, da mesma forma como ocorreu com a produção de arroz no estado, que já foi referência na cultura e atualmente importa a maior parte do que consome”, alerta.

 

“Gostaríamos muito que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, analisasse com bastante precaução esta situação, avaliando os pontos, sob o risco de, em um curto prazo, haver pressão por parte da oferta do país vizinho dentro do nosso país, podendo causar prejuízos à atividade no Estado, que passou por severas crises nos últimos anos”, conclui o presidente do Sindicado.

 

A diretoria do SRCG acompanha de perto os desdobramentos da situação e se preocupa tanto com a falta de animais para abate, mas, principalmente, com os riscos mercadológicos que a importação de gado paraguaio pode representar à curto e médio prazo.

 

Diego Silva/ Agro Agência