Sucessão Familiar no campo leva mãe e filha à sala de aula
Elas iniciaram neste sábado o curto Técnico em Agronegócio, no Sindicato Rural de Campo Grande
A produtora rural e administradora, Juceli Maria Martins Silverio de Souza (54), escolheu este sábado (13) para retornar à sala de aula, dessa vez, na companhia de sua filha, a jornalista, Mayara Martins Silvério Caldeira (29). Juntas, matricularam-se no curso Técnico em Agronegócio, oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), no Sindicato Rural de Campo Grande, com a finalidade de se prepararem para a Sucessão Familiar, em uma propriedade da família, dedicada à pecuária de cria, em Camapuã.
“Adquirir conhecimento nunca foi demais, muito importante estarmos sempre reciclando, aprimorar as atividade extra curriculares”, afirma Juceli. “Também é importante assimilarmos conhecimento para a atividade que nos empenhamos. Meu foco, neste momento, é o agronegócio, então julgo necessário buscar conhecimento, novas técnicas para aplicar naquilo que é meu futuro. Junto com meu esposo e meus filhos, vamos seguir nos capacitar a fundo, para melhorarmos cada vez mais”, completa.
O curso gratuito estimulou a inscrição da filha Mayara, e sua intenção é assumir a administração dos negócios da família. “Uma sucessão precisa ser baseada em conhecimentos técnicos. Quero unir o profissional e o pessoal na busca por esse conhecimento e futuramente contribuir para o avanço da propriedade da família”.
Os alunos do curso Técnico em Agronegócio, em Campo Grande, possuem a multidisciplinaridade como característica. As turmas são formadas por aposentados, contadores, administradores, estudantes de agronomia e veterinária, jornalistas e outros profissionais. “Essa é uma realidade que encontramos em todo país, profissionais em busca de novas oportunidades de trabalho. E temos profissionais também que já lidam com o agro, como os jornalistas, mas desconhecem particularidades do setor. Isso é muito bom, porque atingimos o objetivo do Senar de democratizar e ampliar as informações sobre a realidade do campo”, justifica o superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta.
Para a diretora do Sindicato Rural de Campo Grande, Aurora Real, o curso técnico é uma alternativa para despertar o interesse ao campo. “A sucessão familiar e a mão de obra no campo, ainda são dificuldades. Hoje o jovem, que cresce na zona rural, não quer ficar, acaba se iludindo com a cidade, tecnologias, com outras possibilidades. Mas esta situação mudou, no campo você tem todas essas possibilidades, novas técnicas, internet e outras atrações. Então vejo esse curso como uma opção de despertar o aluno, seja qual for sua profissão, para o valor do meio rural, afinal o agronegócio é um orgulho e uma verdadeira alavanca para nossa economia”, finaliza a diretora.