DIVERSOS | 20/05/2020

BOAS PRÁTICAS DE VACINAÇÃO

Por Renata K. Scarcelli Fernandes

 

Estamos na primeira fase da vacinação contra febre aftosa, e o manejo sanitário é de grande importância para manter a confiabilidade do rebanho brasileiro nas questões  de saúde pública e econômica, gerando critérios de mercado, tanto interno, quanto externo.

 

A vacinação é um processo que resulta situações muito estressantes para os animais. As dosagens incorretas e o manejo inadequado podem provocar acidentes na hora do serviço e lesões no local, levando a não eficácia da imunização e a diminuição do rendimento de carcaça por conta de remoções de partes impróprias para consumo, gerando prejuízos para o produtor.

 

Porém, a utilização de boas práticas permitirá que esse processo seja mais tranquilo e eficaz para os animais, colaboradores e produtores. Para iniciar é preciso planejamento, determinando um responsável que deve organizar e preparar instalações, equipamentos, produtos, bem como os animais e a equipe de trabalho.

 

A compra e o armazenamento das vacinas também precisa ser bem efetuada, observando a procedência, data de validade, seu armazemanto e uso conforme instruções do fabricante. Seu transporte deve ser feito e acondicionado dentro de caixas térmicas, em temperatura entre 2ºC e 8ºC , sempre com a proporção de três partes de gelo para cada parte de vacina, e quando não estiverem sendo usadas mantidas em geladeira até o uso.

 

É indicado iniciar a vacinação preferencialmente nos horários mais frescos do dia, conduzindo os animais com calma para não gerar estresse e assim manter o seu bem-estar. O mangueiro precisa estar sempre limpo, organizado e a equipe treinada. Reforçando que só deve ser aplicada em animais saudáveis, pois é preciso que estejam em boas condições de saúde e nutrição para responderem adequadamente à imunização. 

 

A melhor forma de realizar a aplicação é com a utilização do tronco de contenção, aplicando a vacina na tábua do pescoço, via intramuscular ou subcutânea, conforme a indicação do fabricante. Nunca devem ser utilizadas agulhas com pontas rombudas, enferrujadas ou sujas. Durante o manejo é preciso manter o frasco em uso e a pistola dentro da caixa com gelo e enquanto não estiver sendo utilizada manter na sombra, como também todos os outros equipamentos em local  limpo e de fácil acesso. Todo esse processo diminui a má utilização do medicamento, otimizando assim ao produtor a qualidade do serviço.

 

A higiene é fundamental na hora da vacinação. Utilizar somente agulhas, seringas e pistolas limpas e desinfectadas por fervura pelo menos 15 minutos e mantê-las em local limpo e seco. Além disso, deve ser feita a troca de agulha, por exemplo, a cada dez animais ou na recarga da pistola, pois a repetição das que já foram utilizadas no frasco podem ocasionar a contaminação do produto, podendo provocar abscessos nos animais. Ao final do processo, agulhas, seringas e pistolas devem ser guardadas depois de serem lavadas, desinfectadas e secas. Lembrando que as vacinas que sobrarem devem ser descartadas e nunca reaproveitadas.

 

O produtor também tem que estar atento nas recomentações de algumas vacinas que tem a necessidade de uma segunda dose para garantir a imunização do seu rebanho. É esperado que a utilização de boas práticas promova o bem-estar de humanos e bovinos pelo aumento da segurança e da eficiência do trabalho.

 

A parceria entre produtor e profissionais de saúde animal gera maior qualidade nos rebanhos, produtividade e ganhos para o agronegócio brasileiro.

  

Renata K. Scarcelli Fernandes

Médica Veterinária - CRMV/MS 4740

Diretora técnica/sócia - R+ Consultorias e Negócios

 

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