DIVERSOS | 22/07/2019 às 13h53

Super Produtor - Leite

PRODUTOR MUDOU DE VIDA E PASSOU A INVESTIR NA CADEIA LEITEIRA

 

Aos 30 e poucos anos, Thiago Xavier decidiu expandir sua atuação e encabeçar a produção de leite em uma pequena propriedade da família em Rochedinho, distrito de Campo Grande. Há dois anos a produção se efetivou, e os resultados em qualidade e produtividade começam a aparecer, mas os investimentos e desafios seguem fazendo parte da rotina do produtor.

 

“Leite é uma questão de paixão”, afirma Thiago ao justificar a decisão de mudar o estilo de vida, que hoje inclui idas diárias à fazenda e disposição para adquirir novos conhecimentos. Para ele, estar disposto a aprender, errar, refazer, investir e esperar é o que define o sucesso na atividade.

 

“Minha família tem uma produtora de vídeo, sempre trabalhamos com comunicação, mas temos uma pequena propriedade rural e queríamos criar algo nosso. Decidi me dividir entre as duas coisas e por ser uma área pequena para pecuária, optamos por montar uma leiteria. Ainda estamos em fase de investimento, que estimo que vai durar quatro anos, mas já estamos produzindo há dois anos”, conta.

 

A Estância Teodora tem 120 hectares, sendo 30 dedicados a plantação de mogno africano e os demais ao rebanho de leite. Atualmente, são 140 animais das raças Gir e Girolando, com 20 em produção, que resultam em 360 litros de leite por dia, em média.

 

Investindo em genética, a intenção de Thiago é criar um plantel de gado leiteiro de qualidade, com média de chegar a 120 fêmeas aptas a produzir, 40 vacas na ordenha e produção diária de 800 litros de leite. “Estamos trabalhando com transferência e embriões e inseminação para construir um rebanho de bons animais, mas isso leva tempo”.

 

O sistema de produção da estância inclui capim e ração, com integração pecuária e floresta. “Queremos fazer silagem, pois sabemos que temos muitos resultados. Com esse modelo

alimentar a produção de leite aumenta em média 30%, mas ainda estamos estruturando isso”.

 

Thiago se destaca por ter conseguido a marca de 600 litros/dia com 30 animais em produção. “Estamos sempre tentando aprender o máximo, participando de palestras, dias de campo, exposições. Tem que buscar conhecimento, se realmente quer investir na atividade”.

 

Associativismo

 

Há quatro meses, produtores de leite da região de Rochedinho se uniram em um grupo na tentativa de aumentar o preço pago pelo produto e reduzir os custos de produção. Juntos,

firmaram uma parceria com o Laticínio Buriti, de Campo Grande, e conseguiram aumentar o valor do litro em 18,6%.

 

“Com o grupo fechado nós conseguimos viabilizar a rota e negociamos um valor mais alto, devido a quantidade e qualidade do leite entregue, assim fechamos o valor um mês antes”, explica o produtor.

 

O grupo é formado por 11 produtores de leite e além de entregar o produto, a união envolve realização de eventos e compra conjunta de insumos, para reduzir custos. Em meados de maio, realizaram a primeira ação de capacitação de funcionários, com informações sobre boas práticas, higiene e qualidade.

 

“O leite é uma atividade muito prazerosa, mas não é rentável da noite para o dia. O produtor precisa saber que não vai ter tem lucro imediato e a curto prazo, se organizar em grupo é a melhor alternativa para não virar refém dos laticínios ou afins”, afirma Thiago.

 

Texto: Priscilla Peres - Agro Agência

 

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