ABCZ retira restrição ao uso exclusivo de receptoras zebuínas na FIV
Notícia da hora: A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) não irá mais restringir o uso exclusivo de fêmeas receptoras zebuinas nos processos de Fertilização In Vitro (FIV) e Transferência de Embriões. Assim, receptoras meio-sangue das raças simental, e outras de origem européia, poderão ser usadas. A medida de retrição, anunciada meses atrás pela ABCZ, foi considerada reserva de mercado por selecionadores como Paulo de Castro Marques, presidente da Brasileira de Angus.
Para o presidente da Associação Brasileira de Simental e Simbrasil, Alan Fraga, “a esmagadora maioria dos criadores brasileiros sabe das qualidades da fêmea meio sangue Simental e de sua inestimável contribuição para a formação de rebanhos produtivos”. Ele disse que as receptoras simental já chegaram a valorizar em até 20% após a queda da restrição.
Além dos presidentes das raças angus e simental, o fim da restrição foi considerado coerente também por dirigentes de associações de europeias como pardo-suíço e senepol. “A febre da receptora mexeu com muitos criadores que deixaram de usar raças de comprovada habilidade materna, como o pardo-suíço, e passaram a usar cruzas entre zebuínos para atender o mercado de receptoras em 2014”, afirma Luiz Sávio de Souza Cruz, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço. “Muitos criadores estavam dispostos a descumprir a normativa, preferindo manter a rentabilidade e a produtividade de seus rebanhos. Não há mais espaço para “decreto-lei” em um país que adota a livre iniciativa”.
O fim da restrição acaba de ser homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, referendando decisão tomada pelo Conselho Deliberativo Técnico da ABCZ em reunião realizada nos dias 12 e 13 de junho. Uma nova redação foi aplicada ao artigo 105 do regulamento da ABCZ, liberando o uso de animais cruzados (taurinos x zebuínos ou taurinos x taurinos) nos processos de TE e FIV para as raças brahman, cangaiam, indubrasil e nelore, a partir de 1º de janeiro de 2014.
“A ABCZ entendeu que apenas recomendar ou dar preferência ao uso de receptoras zebuínas, com medidas que reduzem custos e estimulam a prática, sem a obrigatoriedade da opção pelo criador, seria o melhor caminho para os criadores de zebu que fazem uso de TE e FIV”, salienta Mario Aguiar, diretor da Taurus Genética e Tecnologia Ltda (Botucatu/SP).
Ou seja, a ABCZ continua incentivando os seus criadores a usar somente fêmeas zebuínas para FIV e TE. Mas é só uma recomendação.