Agronegócio precisa mudar com as redes sociais
Na avaliação do professor Jose Luiz Tejon Megido, o Agronegócio precisa “aceitar e mudar com e para as redes sociais”. “É tempo da governança das redes: o respeito ao evidente da nova era deste nó contemporâneo do Bambu do Agronegócio. A única forma possível de atuarmos para a construção do diálogo e da negociação dentro de cada cadeia produtiva do agronegócio brasileiro exige ‘articulação de redes sociais, com governança adequada’”, afirma Tejon, que é colunista do Agrolink.
“O novo agronegócio é fino, capilar, radicular, alto para falar com a fotossíntese solar, e doravante condenado às redes sociais. Desde suas raízes na valorização da origem dos produtos do campo e dos agricultores e criadores; nas sínteses da ciência e da tecnologia que irão servir a milhões de senhores na multiplicação dos genes, insumos e máquinas, e na difusão cooperativa e competitiva pela luta dos desejos e vontades humanas, na ponta final do moderno marketing, na hora e na vez dos neurônios e dos seus educadores”, explica ele.
O professor defende que “ninguém vai mandar em redes. Ilusão tola imaginar portais senhores de um oráculo do “Few2Few”. A vitória passa a ser do humilde que se rende a reunir e orquestrar notas soltas na polifonia reverberadora de ecos das multidões não mais “silenciosas”.
“A conversa da sustentabilidade, da educação nutricional, da agenda política, onde políticos são pautados hoje pela voz das ruas, e a voz das ruas é pautada pela voz das redes, e a voz das redes é pautada por “ninguém”, mas por uma constelação de muitos “alguém’s”, explodem as clássicas representatividades. Não dá mais para fazer democracia via 513 deputados, burocracia judiciária, executivos político-partidários faccistas (não confundir com fascistas) e muito menos aproximar, harmonizar e criar reais ambientes éticos de discussão e debates do antes, dentro e pós-porteira das fazendas no agronegócio sem o envoltório e o invólucro do ‘além das porteiras’”, destaca Tejon.
O professor vai além, e diz que talvez o próximo apagão no campo brasileiro não venha a ser o da “infraestrutura dos silos, estradas e portos, e sim o do congestionamento dos satélites, inviabilizando as novas máquinas agrícolas de fazerem sozinhas o que camponeses do passado jamais conseguiriam fazer com suas enxadas e arados, e mesmo inimaginável para Norman Borlaug, o pai da revolução verde”.
“A construção dos novos líderes, coordenação de cadeias, discussão com a sociedade urbana, educação e evolução do profissional do campo, preservação de mais de 1 bilhão de produtores rurais, micros e pequenos no mundo, eliminação da fome e construção da saúde na luta do antidesperdício da comida jogada fora dentro e fora dos corpos humanos, uma pelo que se perde antes de comer e a outra pelo que se perde pelo modo obeso de ser, a distribuição e o acesso à tecnologia veloz para todos da mente do cientista para o uso simples do leigo reeducando; são fenômenos só possíveis de serem trabalhados e arquitetados neste presente que já é o resultado do futuro por meio da gestação, articulação e da governança de redes sociais”, afirma.
“Não existem donos do futuro, existem intérpretes, negociadores, honestos admiradores. A pergunta não pode ser mais o que o futuro tem para nós? E sim: o que nós temos para o futuro? Está na hora de entrarmos no “point of no return” do nó desse bambu. Ele já está aí e é coisa dada. Daqui pra frente precisamos crescer a partir dessa nova base, que não é simplesmente comunicacional, é arte e estratégia do novo liderar. A liderança já é invisível. A articulação e a governança de redes sociais é visível”, conclui.
Fonte: Agrolink