Aprosoja Brasil diz que não haverá consenso sobre acordo com Monsanto

A assembleia geral da Aprosoja Brasil que discutiu, na tarde desta quarta-feira (4), a proposta da Monsanto para descontos nos royalties da soja Intacta, não terminou em um consenso. Representantes das Associações de Produtores de Soja de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Pará, Piauí e Rondônia, expuseram suas opiniões sobre o caso. Para o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, o encontro serviu para esclarecer as informações e as decisões tomadas por cada estado. Ele ressaltou que não existirá uma única opinião. “Cada estado está avaliando de acordo com a sua condição, podendo ou não o acordo ser aceito”, destaca.

A maioria dos produtores de Mato Grosso aceitaram a proposta da Monsanto, diferentemente do Rio Grande do Sul. “Entendemos e respeitamos a posição da Aprosoja-RS, mas em Mato Grosso grande parte dos produtores decidiram aceitar o acordo”, enfatiza o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro.

O presidente da Aprosoja-RS, Irineu Orth, destaca que o acordo não foi totalmente aceito no estado. “A entidade não irá fazer acordo com a Monsanto. No entanto, os produtores podem aceitar individualmente a proposta se acharem melhor”, informa.

Vale ressaltar que o Rio Grande do Sul move uma ação contra a Monsanto questionando a cobrança dos royalties. “A cobrança da tecnologia deve ter movimentando entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões no país”, pontua Orth.

Proposta - Pela proposta da Monsanto os agricultores que abrirem mão das ações judiciais receberão 'bônus' de R$ 18,50 sobre a saca da Intacta. A Intacta RR2 terá um custo inicial de R$ 115 por hectare, a ser pago juntamente com a semente. Pelas próximas quatro safras o valor da tecnologia fica em R$ 96,50 por hectare. Mas a dedução está condicionada à desistência das ações judiciais pelas quais se questionam a cobrança indevida dos royalties sobre a soja RR, desde 2010.