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Área plantada de trigo deve aumentar 1,153 milhão de hectares no Rio Grande do Sul

/ AGRICULTURA

Em Minas Gerais, a estimativa é de que a safra do cereal chegue a 200 mil toneladas

O plantio do trigo no Rio Grande do Sul, que começou em maio e vai até o final de julho, tem projeção de aumento de área em 8,9%, na comparação com a safra passada, de acordo dados da Emater. A primeira análise aponta para um aumento de área de 1,153 milhão de hectares.

Segundo o agrônomo da Emater, Gianfranco Bratta, a boa capitalização dos triticultores gaúchos, que colheram excelentes safras de verão, pode explicar o aumento de área no Estado.

– O produtor vem de duas boas safras e o trigo vive um bom momento no Rio Grande do Sul. Além disso, os preços praticados por estes produtos foram considerados bons – diz Brata.

Já a produtividade esperada, nesta primeira análise, não é tão boa quanto à da safra anterior. Segundo a Emater, a média no Estado não deve passar dos 2,635 quilos por hectare. A produção deve passar de três milhões de toneladas, quase 14% a menos que em 2013.

 – Como a produtividade obtida ano passado foi muito boa, a maior já registrada, fica claro que este ano fica menor.  Temos que levar em consideração também os prognósticos que teremos um fenômeno El Niño, excesso de umidade tende a diminuir a qualidade do grão – explica o agrônomo. 


Trigo em Minas Gerais

O plantio do trigo no Sul do país é o mais antigo, devido o clima favorável e temperaturas mais amenas, mas o cerrado mineiro também vem ganhando espaço para o bom desenvolvimento do cereal. Segundo o engenheiro agrônomo, Roberto Abrahim, a intensa luminosidade da região colabora para o desenvolvimento da cultura.

– Em Minas Gerais temos altitude ideal, acima dos 900 metros. Com noites frias, muita luminosidade durante o dia e alguma chuva no início do plantio – explica Abrahim.

O engenheiro agrônomo explica que uma das vantagens é a possibilidade de aproveitar o período da safrinha, entre março e setembro, com o plantio do trigo. O material que vai ficar no solo, após a colheita do grão, poderá ser utilizado para o cultivo do milho ou soja, através do plantio direto, recurso que permite maior produtividade com menor custo.

O cultivo do cereal está expandindo tanto, que a Associação Estadual de Triticultores passou de 15 para cerca de 200 associados em nove anos. O retorno dos investimentos deverá aparecer na próxima colheita. O agricultor do norte do Triângulo Mineiro, Eduardo Elias Abrahim, estima colher em torno de seis mil quilos por hectare no irrigado.

– Temos qualidade no nosso trigo e produzimos numa janela que não tem o cereal no mercado. Colhemos em junho e julho, quando ninguém está colhendo, então a gente tem sempre um preço bom. Chegou a R$ 1 mil a tonelada, hoje, ainda se encontra a saca por R$ 900, R$ 980 a tonelada. Com certeza vamos ter esses preços até a entrada da safra do Paraná – reforça o agricultor.

O produtor Ney Fernandes, do município de Santa Juliana, investe há três anos em lavouras de trigo. As três variedades cultivadas garantem uma produção de mais de 100 sacas por hectare no irrigado e mais de 30 sacas por hectare no cequeiro. O trigo plantando na região é enviado a um moinho de Uberlândia. A produção é retirada diretamente na lavoura, o que garante uma matéria-prima com qualidade e logística mais eficiente.

De acordo com a Associação Estadual de Triticultores, a estimativa é de que esta safra chegue a 200 mil toneladas, 60 mil toneladas a mais em relação à safra passada.

 

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