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Arroba do boi tem alta de 10% em MS

/ DIVERSOS

Com a oferta restrita de animais no mês de junho, os preços para o boi gordo tiveram um aumento de 7% no estado de São Paulo e 10% no estado do Mato Grosso do Sul. Atualmente, a referência para o boi gordo está em torno de R$ 204,00 por arroba, à vista para o animal comum e para o Boi China está cotado a R$ 205,00/@ a R$ 215,00/@, respectivamente.

 

De acordo com a analista de mercado da Scot Consultoria, Thayná Drugowick, o cenário de oferta limitada e programações de abate curtas estão ocorrendo em diversas praças produtoras. “As escalas estão em torno de 3 a 4 dias no máximo e os frigoríficos estão brigando para comprar a matéria prima”, relata.

 

A expectativa para o curto prazo aponta que os preços da arroba fiquem sustentados com a baixa disponibilidade de animais. “Enquanto tiver essa lacuna de animais, os frigoríficos vão ficar sem muitas escolhas e vão precisar brigar por valores mais elevados”, comenta.

 

Ainda segundo a analista, o primeiro giro do confinamento não deve ter um número expressivo de oferta em função da tomada de decisão nos últimos meses, em que os preços do milho estavam elevados. “Com as recentes valorizações da arroba no mercado futuro e queda nos preços do milho, o confinamento ficou mais atrativo ao pecuarista que pode investir no segundo giro”, aponta.

 

Na demanda interna, o consumo de carne foi relativamente maior devido ao pagamento dos salários. “Nós entramos na segunda semana e podemos esperar uma retração no consumo devido à população estar descapitalizada”, afirma.

 

Segundo a Scot Consultoria, o mercado do boi gordo está sólido e sem espaço para recuo nos preços. Em favor desse cenário, além da pouca oferta de boiadas, temos a expectativa de aquecimento nas vendas de carne bovina no varejo por causa da flexibilização da quarentena em determinadas regiões e da sazonalidade de aumento no consumo com a virada do mês.

 

A maioria das praças seguem registrando preços acima de R$ 200. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, a oferta restrita em um fim de safra atípico, marcado por retenção de matrizes, segue puxando os preços, ao mesmo tempo em que um forte fluxo de exportação para a China ajuda a enxugar o quadro de oferta doméstica.

 

“Tradicionalmente, a entressafra é pautada por oferta mais tímida, e a tendência é por novos reajustes ao longo da cadeia pecuária, evidentemente limitados pela fragilidade da demanda doméstica, desdobramento do amplo período de quarentena adotado em vários estados. A expectativa de segunda onda de contágio é uma preocupação recorrente, como o caso registrado no Paraná, em que o governo estadual optou por retomar as restrições”, destaca Iglesias.