Artigo: Considerações acerca do passado, presente e futuro do agronegócio brasileiro
Por Staney Barbosa Melo - Economista SRCG
O agronegócio guarda consiga uma importância única na economia do país. Por meio deste setor se produzem alimentos para o amparo de aproximadamente 800 milhões de pessoas no mundo, algo como 10% da população mundial.
Historicamente, os alicerces para o desenvolvimento do Brasil foram calcados no cuidado e no cultivo da terra, sendo a agricultura e a pecuária os dois grandes motores que possibilitaram o desenvolvimento e conquistas dos nossos atuais territórios, propiciando o estabelecimento de comunidades nos mais diversos rincões do Brasil, em pontos distintos de nossa história, marcando presença em todos os ciclos históricos de desenvolvimento de nossa economia, do ciclo do açúcar entre os séculos XVI e XVII até os ciclos do café e da borracha, na passagem do século XIX para o século XX.
Nos anos de 1970, o agronegócio brasileiro marcou a transição de uma economia rudimentar e pouco mecanizada, pautada no trabalho braçal, para uma nova era de ouro, ancorada no desenvolvimento de pesquisas e aplicação de tecnologias no campo.
Com o apoio de instituições importantes como a Embrapa foi possível mecanizar a produção agrícola, fazer bom uso de suplementação e conquistar espaços de cultivo que hoje são importantes para a nossa economia, como o Cerrado, que hoje abriga aproximadamente 60% de toda a produção de grãos do país.
Hoje o agronegócio brasileiro responde por 25% do PIB brasileiro. Até os anos 70, não chegava a 8%. É também um dos mais competitivos e avançados do mundo, projetando seus mercados para além das fronteiras nacionais, conquistando espaços importantes, fortalecendo nossa economia e incentivando cada vez mais a produção de riqueza no país, isto porque, ao passo que se desenvolve, gera também espaços de crescimento em outros setores, transpassando os espaços rurais e gerando efeitos positivos nas indústrias e centros urbanos.
Este desenvolvimento é fruto de uma construção histórica e contínua, que segue em movimento e que se ampara no trabalho duro do homem do campo, apoiado por políticas públicas, por empresas, por investimentos em pesquisa e tecnologia, por novas técnicas, por novas fronteiras, por novos mercados, por crédito, por países parceiros e pelo apego à inovação.
Cabe a nós, no entanto, refletirmos acerca do futuro deste importante setor. A FAO acredita que até 2050 o mundo deverá contar com uma população de aproximadamente 10 bilhões de pessoas. Para atender a este quantitativo, se espera que o Brasil amplie significativamente sua produção de alimentos e, em 30 anos, responda por pelo menos 40% da produção agrícola mundial.
Este é o sentido que deverá orientar as políticas de desenvolvimento do agronegócio nos próximos anos. Em um mundo cada vez mais conectado e voltado para a preservação, caberá ao Brasil a importante tarefa de seguir orientando o setor no sentido de uma produção mais limpa, farta e sustentável.
Adiante existe um imenso mercado a ser explorado e o país segue na vanguarda deste desenvolvimento, produzindo e aplicando tecnologias cada vez mais inovadoras, agregando valor em todas as etapas do processo produtivo. Esta é a receita que colocará o Brasil no rumo das economias mais desenvolvidas do mundo, apoiado por um setor fundamental e necessário a todos, o agronegócio.