Chuvas de maio serão decisivas para quem plantou milho mais tarde em Mato Grosso
O tempo mais seco tem preocupado produtores que iniciaram a safra fora do calendário agrícola
Diferente dos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, onde as chuvas têm sido mais volumosas nas últimas semanas, em Mato Grosso a irregularidade e a má distribuição das pancadas têm preocupado os produtores. Quem plantou o milho em janeiro de 2014, sofreu com o excesso de umidade dos meses de fevereiro e março. Já quem plantou depois do dia 25 de fevereiro, fora do calendário agrícola ideal, está, agora, em uma zona de risco e depende das chuvas de maio.
– Se chover de 30 a 40 milímetros em maio, esse milho plantado mais tarde em Mato Grosso se recupera – diz o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos.
De acordo com a Somar Meteorologia, há previsão de chuva ao longo deste mês, mas elas vão continuar irregulares e mal distribuídas por todo o Estado de Mato Grosso. Segundo dados da Somar, existem regiões onde está chovendo bem como é o caso de Campo Verde (MT) e Primavera do Leste (MT), que tiveram volumes significativos na semana passada e fecharam o mês de abril com volumes acima da média, superiores a 40% e 80 %, respectivamente. Já em Tapurah, cidade localizada no centro de Mato Grosso, perto de Lucas do Rio Verde (MT), faz quase 30 dias que não chove de forma significativa. Apesar de algumas estações meteorológicas indicarem chuvas, os dados são interpolados e, muitas vezes, chove muito em uma região e não chove em outra.
Nesta semana, com o avanço de uma frente fria do Sul para o Sudeste do Brasil, as nuvens mais carregadas acabaram ficando concentradas no Estado de Mato Grosso do Sul. Em Porto Murtinho (MS) foram 98 milímetros de chuva nas últimas 24 horas, sendo que a média esperada para todo o mês é de 93 milímetros.
Essas instabilidades também levaram chuva para algumas cidades do sul de Mato Grosso, como, por exemplo, Rondonópolis (MT). Cerca de 80% do milho que foi plantado mais tarde está em fase de florescimento, período em que a planta requer muita água. No geral, contando com o milho que foi plantado mais cedo, 60% das lavouras está nesta fase. A previsão mais estendida indica volumes diários de no máximo 8 milímetros para as áreas produtoras de Mato Grosso. Em Goiás, a situação é mais crítica e o predomínio é de tempo seco. Já em Mato Grosso do Sul, as chuvas podem acumular 80 milímetros em uma semana.
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