Indígenas invadem mais duas propriedades
Duas propriedades privadas na zona rural do município de Japorã foram invadidas por indígenas da etnia Guarani-Kaiowá nesta semana. De acordo com os proprietários, a Polícia Federal tentou acordo com os indígenas para que deixassem a área privada, que não foi aceito pelos indígenas. Um Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Novo Mundo, com denúncia do crime de esbulho possessório e ameaças por parte dos indígenas.
A primeira invasão ocorreu na quarta-feira (25), na fazenda Chaparrau, do produtor rural Luiz Carlos Tormena. Ao registrar o Boletim de Ocorrência, o filho do proprietário, Thiago Tormena, informou a polícia sobre a utilização de foices, facões, arcos e flechas pelos indígenas, que estavam encapuzados. Segundo o produtor, 256 alqueires e 1400 cabeças de gado estão nas mãos dos indígenas, que expulsaram os proprietários e os trabalhadores da propriedade.
A fazenda Brasil, do produtor Marco Nielson Oliveira, foi invadida na noite desta quinta-feira. O proprietário reside no município de Cascavel (PR) e está a caminho de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), com as duas invasões dessa semana somam 73 as propriedades privadas ocupadas pelos indígenas no Estado. Deste total, 15 fazendas foram invadidas após o acordo firmado entre indígenas e produtores rurais em junho deste ano com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de cessar as invasões para que uma solução concreta fosse apresentada pelo Governo Federal.
Nesta sexta-feira (25) Famasul reuniu um grupo de produtores rurais de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti para discutir sobre o andamento das avaliações de propriedade na região, a partir da proposta do Governo Federal de comprar as propriedades invadidas para atender as demandas dos indígenas de ampliação de reservas. A reunião teve a presença da secretária de Produção e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Correa da Costa.
Em reunião anterior, em 30 de setembro, os produtores fixaram o prazo de 30 novembro para que seja apresentada pelo Governo Federal proposta de ação concreta para os litígios de terra no Estado. Caso isso não ocorra, serão retomadas as ações e medidas para o cumprimento das decisões judiciais e o setor vai se retirar da mesa de negociação.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sistema Famasul